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terça-feira, 12 de outubro de 2021

PORQUE SE TORNAM OBJETO UM DO OUTRO


            Uma perfeita dona de casa e uma mante maravilhosa; este é o sonho da maioria dos homens quando resolvem casar ou viver m com alguém. 

           Durante muito tempo o homem, que sempre foi considerado o sexo forte, lidava com coisas ligadas à produção industrial, escritórios, terras, lojas, etc. Já para a mulher ficava a responsabilidade com os filhos, a casa e muitas vezes a vida social do casal. 

            Para a mulher, o homem ou o casamento podiam e ainda podem proporcionar proteção, "status" e dinheiro. Nessas circunstâncias a relação amorosa sempre tende a transformar-se num truque bio-social de subsistência. 

             Durante muitos séculos, na maioria dos países, a mulher  foi educada para o amor e para cumprir sua função biológica de perpetuar a espécie. O maior sonho dos pais era que a filha arranjasse um bom homem para casar. Era uma tendência social que caracterizava cada época da história humana. É claro que isto ainda persiste em alguns países, mas é de maneira diferente, onde a mulher tem novas funções de domínio sobre o homem. 

             Com a educação voltada para o amor cada mulher, ao longo do tempo aprendeu a manejar seu homem de acordo com seus interesses. O amor se transformou num sistema de controle, condicionando o parceiro a uma espécie de "objeto teleguiado" para trazer do mundo tudo o que ela precisa para seu conforto. Toda a mulher, quando quer, é uma especialista em levar seu homem "no bico"; para tal elas têm um enorme arsenal com mil táticas diferentes, até a da própria submissão. O controle, então, passa a substituir o amor, o sentimento, a satisfação ou qualquer outra coisa agradável. 

           Cada homem tem sua própria razão para casar ou simplesmente  ir viver com uma mulher, mas geralmente são movidos por amor. Nos primeiros anos tudo corre muito bem e parece que o amor venceu e será eterno, mas depois as coisas podem mudar. 

              O homem sempre quer mostrar sua superioridade e para isso cria imposições intencionais de acordoe controle. "Não gosto que você saia sozinha; quero que seja mais carinhosa comigo; não estou aqui apenas para pagar suas contas; não admito que você use saia curta e decote provocativo", além de muitos outros artifícios. Muitas mulheres até se sentem valorizadas, imaginando ser apenas ciúme do companheiro, mas também podem trazer consequências dolorosas, que muitas vezes acabam com o amor. Mesmo em nome de um grande amor, ninguém tem o direito de renunciar a si próprio. Quem renuncia a si mesmo, seja homem ou mulher, inevitavelmente se faz de objeto do outro. 

             É preciso ter consciência de que, pela própria natureza, o amor é mutável. O namoro é a fase florida do encantamento, de se deixar impressionar pelo outro, repartindo qualidades e defeitos, numa verdadeira troca interpessoal. Depois, a própria estrutura social leva as pessoas a afirmarem coisa, normatizar e estabelecer tudo, como se a vida fosse um contrato de direitos e deveres. O melhor do amor, quando ele se manifesta de forma verdadeira, é aprender como sustentá-lo. No momento em que se começa criar normas para eternizá-lo, ele se evapora e se transforma numa prisão sem grades. O ideal é quando homens e mulheres aprendem uma nova espécie de amor: o amor do momento, sem regulamentação exagerada, exigências constantes e procura de estabilidade. Manter a individualidade significa preencher as próprias necessidades , às vezes sem a presença do outro. 

              A mulher moderna não deve concentrar todo seu potencial no amor, vendo-o como a principal coisa de sua vida. Quando isso acontece ela acaba descuidando do seu próprio desenvolvimento, passando a agir com muita irresponsabilidade. É muito fácil simplesmente dizer: "eu sou assim porque meu marido quer; não respondo por mim, mas por ele que determina tudo; eu não decido nada, apenas acompanho as decisões do meu marido". Atitudes como essas podem ser definidas como renúncia à sua própria individualidade; falta de vontade própria; significa jogar tudo nas costa do outro, até sua capacidade de se expandir socialmente. 

          Ainda hoje toda a educação da mulher se faz no sentido de que ela seja uma boa mãe, uma boa esposa, um complemento na vida do homem. No entanto, as mulheres de hoje estão muito independentes e autoconfiantes e  só se transformam em objeto quando elas próprias querem. Toda a mulher que só pensa no seu amor acaba cristalizando esse sentimento também no casamento. Nessas condições ela se deixa influenciar facilmente, esquecendo de si para ser o que o outro deseja. 

            O verdadeiro amor deve servir para que cada um cresça, permitindo um desenvolvimento a dois. Do contrário ele não existe de verdade. Ninguém pode ficar parado aceitando imposições do outro, ou do próprio amor. Desenvolvimento implica em permanentes mudanças. Já dizia Aristóteles: "O tempo é o número do desenvolvimento". Isso quer dizer que onde há mudanças pode-se dizer que o tempo passou e onde não há mudanças não houve tempo. 

           Tanto no amor como na vida, quando há mudanças existe a sensação de estar vivo e é esta sensação que permite sentir o outro ou a própria relação. Se alguém quer amar e ser amado de verdade, deve estar preparado para enfrentar mudanças e surpresas, para quer o amor se renove sempre. 

             Não é verdade que só as horas amorosas são as mais felizes. Existem momentos em que, mesmo a pessoa mais apaixonada, deseja respirar sozinha e isto serve tanto para o homem como para a mulher. O amor é feito de episódios facultativos e, por isso mesmo, surpreendentes. Mesmo num estado genérico de namoro existem horas frias e indiferentes, onde o maior prazer pode ser o de estar sozinho. O maior amor do mundo está sujeito ao momento. Somos pessoas humanas e, portanto, passíveis de mudanças comportamentais. Quando acordamos de mau humor, o melhor é conter as expressões verbais para que não venhamos a magoar a pessoa amada. O tempo é o melhor remédio, até para o amor. 

Nicéas Romeo Zanchett 

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