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sexta-feira, 1 de outubro de 2021

COM MINHAS MÃOS NUNCA ESTOU SÓ

 


         É no cérebro, o maior órgão sexual do ser humano, onde se originam as mais exóticas e inacreditáveis fantasias. Ele tem o poder de ativar todas as potencialidades libidinosas do corpo, numa maravilhosa aula de educação sexual. Através dele aprendemos lidar sem embaraços com as nossas energias sexuais. O cérebro conhece bem o inconfessável e a obsessão sexual de cada um. 

             O prazer de tocar o próprio corpo começa na infância. À medida que crescemos procuramos respostas. Pais e educadores economizam palavras com frases evasivas que nada explicam. 

             O instinto é um sábio que habita nossos neurônios e nos ensina usar o corpo em cada idade da vida.

             A educação tradicional nunca conseguiu e nem conseguirá ensinar o que realmente queremos aprender, pois o que é bom para uns nem sempre é bom para outros. 

             Anormal é frustrar os instintos em nome de tabus e normas absurdas. Ninguém pode controlar as fantasias que povoam a cabeça de cada um em relação à pessoa deseja. 

           Ao chegar à adolescência, pinta o primeiro mito que vitima o sexo: Tocar "punheta ou siririca" faz bem ou mal? Nesta fase da vida basta desejar um parceiro para conseguir uma instantânea ereção; é como se o pênis ou o clitóris tivesse vontade própria. Os arquivos do imaginário explodem em todas as vertentes, por mais estranhas que possam parecer. Nesta idade a imaginação aliada à curiosidade nos conduzem para a auto-educação sexual, na busca dos fantásticos horizontes do prazer. 

              Conhecer o próprio corpo é fundamental para uma vida sexual saudável e satisfatória. Na verdade, somente o auto-conhecimento nos conscientiza de nossas limitações fisiológicas, permitindo-nos extrair do sexo o máximo de prazer. 

            O uso do próprio corpo para alcançar o orgasmo pode representar a descoberta da sexualidade sadia e segura. O auto-erotismo é uma modalidade pessoal de satisfação que pode ser tão prazerosa quanto qualquer outra prática sexual. A masturbação, além de ser uma forma branda de prazer, é a modalidade  de sexo seguro e mais usada pelos seres humanos. Em qualquer idade ela pode ser um delicioso complemento á sexualidade  masculina e feminina.

               Sexo é muito mais que penetração: é fantasia, é visual, é verbal, é odor, é iluminação do ambiente, é toque e tantos outros sentidos. Tudo o que dá prazer sem prejuízo físico ou emocional para si e para os outros é válido, desejável e legítimo. Partindo dessa premissa, por que então não satisfazer-se convenientemente? 

               Nunca devemos esquecer que somos como as outras pessoas; gostamos de fazer o que todo mundo gosta e faz, mas esconde: sexo

               A masturbação não é coisa exclusiva de adolescentes. Graças a ela muitas pessoas vencem a solidão e a carência de parceiro. Além de ser uma fantástica fonte de prazer, concilia o ser humano com o próprio corpo e pode ser um socorro naquelas horas de sufoco sexual. Ninguém deve temer o rótulo de pervertido por procurar o prazer carnal fora das úmidas paredes da vagina ou de um pênis ereto. 

             O orgasmo é um direito de todo, seja ele com a parceira ou parceiro dos seus sonhos, seja ele coletivo ou solitário. É excelente forma de aliviar o estresse, a solidão e sensação de vazio que muitas vezes sentimos. muitos buscam em formas perigosas o êxtase que poderiam ter sem nenhum risco com o próprio corpo. 

             Praticar sexo com regularidade é fundamental para o bem-estar em qualquer idade. Além da satisfação pessoal, ele ajuda a diminuir as mudanças naturais que a idade traz para os órgão genitais de todos, sem exceção. Se não tem parceiro ou parceira, masturbe-se. 

             A pressa do mundo moderno dificulta o relacionamento entre pessoas. A falta de tempo, dinheiro e estresse são algumas das razões que levam as pessoas à solidão e muitas vezes impedem de ter uma vida sexual de prazer.  Encontrar o parceiro ideal é mais difícil do que se possa imaginar, por isso quem encontrou deve preservá-la à qualquer custo. O casal que está cansado da monotonia das relações duradouras pode salvar o casamento com novas experiências, outras carícias e até se masturbando juntos, podendo assim reacender o pavio e a chama do amor esmaecida pelos anos. 

                As formas de auto-erotismo variam ao infinito, dependendo da fantasia e da criatividade de cada um que a pratica. 

              Em muitos países mais avançados existem clubes de masturbação, onde as pessoas se encontram, trocam experiências, se masturbam coletivamente e fazem novas amizades. Em geral existe uma regra básica: não é permitido relações sexuais entre os participantes que não seja a masturbação. 

             O auto-exibicionismo diante do espelho é uma forma de prazer. O espelho pode ser um bom aliado para o auto-conhecimento. Diante dele podemos tocar o corpo e as genitais, examinando cada detalhe e procurando perceber as sensações que sentimos a cada toque. Esta é talvez a melhor forma de se auto-conhecer. 

                Masturbação não é apenas fricção e sim um conjunto de sensações que integra todo o corpo à fantasia idealizada no cérebro. Dessa forma, pode-se imaginar a mais linda mulher ou o homem que secretamente habita a fantasia de cada um. 

              Os homens geralmente se masturbam por fricção do pênis diante de fotos eróticas, filmes pornôs, etc. Já a maioria das mulheres se masturba estimulando o clitóris, mas geralmente são mais criativas e também usam outros métodos: auto-carícias nos seios; pressão nas coxas; introdução de dedos ou outro objeto na vagina ou anus; sugam os próprios mamilos; esfregam as coxas uma contra a outra; acariciam as nádegas, beijos o próprio corpo, além de tantos outros artifícios. Cada um tem sua preferência. 

             Pela própria natureza, as mulheres precisam de mais carinhos e preliminares para atingir o gozo recompensador. O que é importante salientar é que em ambos os sexos a fantasia sobre a pessoa deseja está sempre presente. 

               Como podemos constatar, o auto-erotismo é um cursinho particular e, porque não dizer, um vestibular para o prazer pleno e seguro com a pessoa amada. Conhecendo bem o próprio corpo aprendemos controlar o ato sexual retardando e aumentando o prazer como parceiro ou parceira. 

               Entregue-mo-nos, pois, de copo e sentidos às nossas próprias mãos, onde poderemos encontrar o sexo mais seguro que existe. Nosso corpo é um templo de prazer inesgotável, é preciso conhecê-lo bem para usufruirmos de toda a sua potencialidade. 

Nicéas Romeo Zanchett 

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