Sempre ouvimos falar do "puritanismo vitoriano" que assolou a Inglaterra e por sua influência o resto do mundo durante o século XIX, deixando algumas heranças que até hoje persistem e precisam ser extirpadas definitivamente.
As explicações justificantes são as mais diversas. Dizem que surgiu da moral protestante, dos tabus religiosos, e até de fatores sociais éticos. Mas na verdade o puritanismo foi imposto à sociedade porque era financeiramente interessante para os homens.
Hipocritamente, disfarçados de moralistas, os homens tinham o absoluto controle do dinheiro de suas esposas até por volta de 1870. Filósofos da época como Frederick Ehgels e John Stuart Mill escreveram sobre o tema, mas foram solenemente ignorados.
Para ficar com o controle do dinheiro de suas esposas, os pseudos puritanos, criaram milhares de prostitutas baratas a seu serviço que se aglomeravam nos bairros pobres da Inglaterra. Muitos ricos senhores acabaram se apaixonando por alguma prostituta e a levaram para ser criada de sua fiel esposa. Foi por essa razão que, por medo de perder o dinheiro, os homens tanto se opuseram às conquistas legais feministas no final do Vitorianismo. na ocasião estava nascendo a profissão médica e os maridos aproveitaram-se da nova ciência para oprimir suas mulheres. Estas passaram a ser consideradas em permanente estado de doença não moral. Foi quando surgiram as expressões com "histeria" e "prostração nervosa", que até hoje são usadas. Com diagnósticos médicos os maridos mantinham suas lucrativas esposas presas em seu leito. A menstruação era considerada uma doença e um expeto médico da época chamado M. L. Holbrook, não teve escrúpulos ao escrever: "O Todo-poderoso, ao criar a mulher, fez apenas um útero, construindo a mulher ao seu redor".
Ultra moralistas dentro de casa, os homens passaram uma vida de intensa luxúria, reservando poucos momentos de sexo para as verdadeiras esposas. É muito natural que as mulheres se sentissem sexualmente carentes. Difícil é acreditar que, trancadas e ameaçadas, tivessem aventuras secretas com outros homens.
No final do século XX foi publicado na França o livro da escritora AnneFugier com o título de "La Place des Bonnes" - "o Lugar das Criadas" que fala de como as mulheres daquela época resolveram suas carências sexuais. O livro sugere que, além de recorrer à masturbação, as mulheres ricas do século XIX teriam formado o maior contingente Homossexual de todos os tempos. Longe dos devassos maridos e incapazes de sequer serem vistas por outros homens, apelaram para o único recurso disponível: as criadas. Naquela época era muito comum a vinda de milhares de belas jovens mulheres do meio rural para serem empregadas em casas de ricas senhoras. Estas sonhavam em fazer fortunas e conseguir um marido nas grandes cidades. Era muito comum que as prisioneiras esposas dos ricos empresários se apaixonassem perdidamente pelas criadas. Também muitos respeitáveis esposos se apaixonavam pelas belas raparigas interioranas, e aí virava uma grande confusão. A hipocrisia e a exploração são bem antigas, mas ainda persiste.
Nicéas Romeo Zanchett
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