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terça-feira, 28 de setembro de 2021

AMOR EROTISMO E SEDUÇÃO

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     Existe um imenso labirinto que engloba amor, erotismo e sedução. Podemos dizer que é uma fusão de sentimentos na sexualidade, tanto do ponto de vista corporal como mental. É a consciência do corpo que se transforma em objeto erótico quando se deseja agradar alguém. É esse desejo que coloca em alerta a nossa consciência. Visto de forma mais abrangente, pode ser definido como forma de interesse por pessoas. 

          Tanto o amor como o erotismo são sentimentos que se manifestam de forma diferente entre os sexos. Para o homem é um acontecimento no qual predominam o visual estético e genital; para a mulher, ao contrário, possui de forma mais difusa, percorrendo todo seu corpo, sobretudo na pele e no olfato. A partir dai ela se liberta pouco a pouco, tanto no sentido físico como emocional. 

           No amor e no relacionamento a mulher aspira continuidade e estabilidade. É ela que dá a continuidade  do estar juntos no contato. O homem quer, essencialmente, a descontinuidade e diversidade. Ele tem necessidade da novidade, da revelação, da nova conquista. Este fato é o maior gerador de conflitos entre os sexos opostos. 

            A relação verdadeiramente erótica só acontece, em sua plenitude, entre um único homem e uma única mulher, que levam ao extremo tudo que é específico ao seu próprio sexo, procurando sempre agradar ao parceiro.  Isso acontece quando cada um consegue fazer exatamente aquilo que  satisfaz a si e, ao mesmo tempo  agrada ao parceiro. Quando o ato é sublime se torna expansão de si mesmo e também a plena identificação com o outro. 

           É a mulher que consegue sempre oferecer a perfeição a tudo e leva o parceiro pela mão no caminho da descoberta e diversificação. Se estas duas forças se tornam unas, isto é, quando o contínuo se une ao descontínuo, nasce a possibilidade de crescimento, reforçada pela tensão em direção ao outro e à perfeição.

            A sensibilidade e eroticidade feminina é totalmente diferente  da masculina. Geralmente a mulher gosta mais do homem vestido e é capaz de se excitar mais com uma revista de moda do que com um nu frontal masculino. Ela tem uma excitação mais contínua e ardente. Fica atenta, desejando criar uma emoção erótica indelével e realizar a continuidade. Pode ter vários orgasmos e continuar desejando mais. Já o homem é mais impulsivo, a ponto de se maravilhar muito com tudo o que se passa no seu redor. É sobretudo visual e fica o tempo inteiro saboreando com os olhos e com a imaginação o corpo da parceira. Há em sua constituição psicológica um componente anárquico e anti-social, uma inquietude gerada pela necessidade de liberdade sem maios responsabilidade. Seu desejo é gerado por um erotismo diferente, em termos de aspiração e concretização. Depois de satisfeito quer sair e, portanto, não pensa em continuidade. 

            A mulher é mais seletiva na escolha sexual, mas em certos casos isso pode ser uma desvantagem por terminar chegando à desilusão. As feministas afirmam ser uma vantagem numa sociedade machista, mas outras acham ser uma diminuição moral. 

         Nós, seres humano, possuímos basicamente a necessidade  do absoluto que está implícito na palavra amor. Mas, mesmo havendo amor, um relacionamento tende ao desgaste. Isso geralmente acontece pela falta que sentimos do novo, do desconhecido, da conquista. Todos os objetos concretos do amor são limitados e se tornam opressivos e frustrantes com o decorrer do tempo. O amor morre quando se torna restrito, hábito ou dever. Isso vale  para ambos os sexos, pois pensar que a fêmea não chega ao tédio é pura utopia. Embora todos sejam importantes, na verdade acontece uma construção idealizada impossível. Somo seres em constantes mutações e, o que estava bem antes, agora não está mais. Por isto, relações amorosas perfeitas se deterioram, pois o objeto do amor ideal fica sendo algo procurado, mas de forma diferente da anterior. É esta mutação que faz tanta gente se divorciar  e em seguida casar de novo. Em geral essas pessoas procuram começar do início, como se não tivesse experiência anterior. 

            Os psicanalistas costumam dizer que o fenômeno do amor é decorrente da experiência vivida no líquido amniótico. Talvez tenham razão, mas o importante é que os parceiros, mesmo sendo pessoas tão diferentes, continuarão atraindo-se e, ao que tudo indica, sempre será assim. 

             No mundo erótico e amoroso só existem dúvidas, incertezas e grandes expectativas. É isto que torna o amor tão excitante e maravilhoso, pois se não fosse assim, como ficariam as emoções? 

Nicéas Romeo Zanchett 

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