Numa sociedade onde o sexo está associado às grandes realizações e conquistas, a ausência de prazer nos jogos amorosos é para muitos motivo de frustração e vergonha. No entanto, milhares de pessoas sem sabem o que é sentir orgasmo.
Os homens chegam ao orgasmo mais facilmente que as mulheres, mas há disfunções como a ejaculação precoce ou excessivamente retardada que são um verdadeiro tormento para o "sexo forte".
Embora boa parte das pessoas oculte socialmente seus problemas sexuais, as queixas de insatisfação são muito frequentes nos consultórios médicos.
Entre as mulheres também existe disfunções de gozo e se manifesta de várias formas; há mulheres que só atingem o orgasmo ao som de uma música, outras com as pernas fechadas, fora da cama ou com penetração anal. A insatisfação sexual da mulher acaba se refletindo diretamente no seu comportamento. Quando ela atinge o orgasmo e leva uma vida saudável, seu nervosismo e irritação diminuem e auto-estima aumenta.
Casos de homens com inibição ejaculatória também são raros. Quando a parceira reclama ele fica pulando de uma mulher para outra. Ao encontrar alguém com com quem queira ficar e ter filhos, aí então o problema surge com mais clareza. Muitos homens com inibição ejaculatória no ato sexual com parceiras, atingem facilmente o orgasmo ao se masturbarem.
Quando parceiros estão envolvidos no mesmo processo, quando seus ritmos se equiparam e acontece aquele intercâmbio de sensações corporais, o orgasmo acontece.
O orgasmo simultâneo, entretanto, é mais raro. À medida que o conhecimento de um pelo outro se aprofunda surge uma maior afinidade, destruindo barreiras inclusive sexuais e colocando duas pessoas em comunicação através de uma linguagem comum que os ajuda a encontrar o melhor momento. Muitos homens, coma preocupação de impressionar, de mostrar performance, acham que devem perseguir o ideal do orgasmo simultâneo, o que acaba virando folclore. Na cama, quando sente que vai gozar e a mulher ainda não está preparada, ele começa a pensar em outras coisas como trabalho, futebol, etc para esperar por ela. Este tipo de distorção desvia todo o prazer espontâneo que se poderia ter na relação.
O bom sexo é muito importante na vida de um casal. O ser humano já nasce desamparado e o casamento é a forma que nossa cultura inventou para atenuar este desamparo.
Muitos casamentos frustrados são mantidos pelo medo da solidão. As pessoas abrem mão de tudo e vão fazendo inúmeras concessões para manter uma relação estável e fria. Vivem relações péssimas e procuram justificar a falta de tesão com frases do tipo: "casamento é assim mesmo". É preciso atentar para o fato de que qualquer relação amorosa que seja condicionada e rotineira leva inevitavelmente ao desinteresse sexual e o único motivo que justifica a união de duas pessoas é o amor e a emoção. Por outro lado, dizer simplesmente que a causa é porque mulher tem um ritmo mais lento do que o homem pode ser uma forma de camuflar a verdadeira causa que talvez esteja no distanciamento do casal.
Alguns homens nem sequer percebem que tem ao seu lado uma mulher e não um objeto que deve ser levado a alguma realização prazerosa. A verdade é que a relação deve começar com preliminares e sem pressa, deixando que a emoção e os carinhos encontre o verdadeiro caminho do pleno prazer Essa mistificação quanto à simultaneidade do ato sexual só não se mostra completamente infundada porque, de imediato, o clímax masculino (e a consequente baixa da ereção), impossibilitam a mulher de alcançar o próprio clímax. As curvas de prazer tanto masculina quanto feminina, aparentemente desencontradas, se encontram quando os parceiros atingem um nível de entrosamento, identidade e afinidade como pessoas humanas. Isto pode acontecer num dia ou depois de muitos meses ou até anos de convivência.
A ocorrência do orgasmo tem tudo a ver com uma reação genital. Começa com uma contração dos órgãos internos (na mulher contração uterina; no homem, tensão na vesícula seminal, próstata e dutos deferentes) que, embora insensíveis por natureza, transmitem a sensação de que algo vai acontecer.
Os estudiosos Master e Johnson estabeleceram quatro fases para o ato sexual: a excitação, o platô, o orgasmo e a resolução (relaxamento). O orgasmo simultâneo ocorre quando os dois parceiros percorrem as fases de excitação e platô em igual tempo, caminhando para a etapa subsequente envolvidas num só nível de prazer. Mas, na maioria das vezes, um acaba tendo orgasmo antes. A simples visão do comportamento estrando em clímax, pode ser muito excitante e sua participação no orgasmo do outro também é um gatilho para se alcançar o próprio orgasmo. Se o homem chegar primeiro ao orgasmo, a mulher pode se concentrar nas pulsações do seu pênis dentro da vagina e também na sensação do esperma sendo liberado. Da mesma maneira, um homem, quando sua parceira já teve orgasmo, pode se concentrar nas contrações espasmódicas dos músculos em volta da vagina comprimindo e relaxando, e com movimentos do seu pênis, neste momento, conseguir maior excitação.
As pessoas sem parceiro fixo, tem mais dificuldades de ter prazer a dois. As mulheres precisam de vínculos afetivos para uma maior realização. Já os homens, pela sua própria educação, não precisam de tais vínculos. A maioria atinge o orgasmo sem dificuldades nas relações descompromissadas.
No mundo moderno o sexo virou assunto preferido da mídia. Todos querem ter muitos orgasmos e relações de todas as maneiras; quem não consegue se frustra.
Os preconceitos e problemas culturais, que transmitem os tabus de geração para geração, identificando o sexo como coisa pervertida, se traduz hoje num grande conflito. Muitas pessoas só se preocupam com a quantidade de relações e não consideram a qualidade do orgasmo. Este é um dos principais fatores determinantes para a falta de prazer. Somos o resultado de uma cultura judaico-cristã, onde o prazer nunca foi permitido. Neste contexto,a grande virtude é o sofrimento. Como sexo é puro prazer, pouquíssimas pessoas o vivem em sua plenitude.
O orgasmo solitário pode ser muito prazeroso e ao mesmo tempo uma forma de se autoconhecer. Com ele a pessoa pode aprender a sentir e controlar seus impulsos sexuais. Mas existem formas atípicas de autoerotismo que podem até levar à morte. Um caso que ficou conhecido é o do deputado inglês Stephem Milligan, que acabou morrendo quando se masturbava e utilizava uma técnica de asfixia para prolongar prolongar o prazer. Este tipo de prática é mais comum do que se imagina. Há casos de homens que, antes de usar esta técnica, deixaram de reserva até um balão de oxigênio para usá-lo na eventualidade de ultrapassar os limites.
MEU ORGASMO
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