Hoje sempre ouvimos falar que os jovens estão iniciando a vida sexual prematuramente, mas para muitos não fazer sexo é uma opção.
Depois das pioneiras pesquisas de Bill Masters com pênis de plástico e dos remédios milagrosos que resolvem a impotência masculina, a ciência passou a olhar a sério para as práticas sexuais do Ocidente. A fisiologia feminina foi mapeada e cada vez mais se fala abertamente sobre sexo.
A pesquisa de Masters era basicamente sobre modos de medir a performance física. Ele transformou o orgasmo num direito também das mulheres. Mas na sociedade atual o orgasmo está deixando de ser um direito para se transformar em dever. Com as milagrosas pílulas das relações sexuais, mesmo de forma mecânica, o sexo se transformou numa obrigação até para aqueles que não sentem desejo; e não sentir desejo também é um direito ou uma opção de cada pessoa. É intensa a propaganda e reportagens que tentam convencer a todos de que a mulher que não goza é menos mulher e que o homem que não tem múltiplos orgasmos é um incapaz.
Há casos em que a inapetência sexual se explica por problemas físicos ou psicológicos. No entanto, existem aquelas pessoas que não apresentam nenhum distúrbio catalogado pelos médicos e mesmo assim não sentem desejo sexual. Uma hipótese para explicar esse tipo de comportamento assexuado é que a chave ativadora do centro cerebral da libido não chega a ser ligada. Talvez seja um problema genérico, mas não existe nenhum estudo conclusivo a respeito dessa hipótese.
Ao longo da história humana, o modo como a sexualidade foi tratada variou muito. Já na época áurea de Roma o seu estadista Cícero (106 - 43 a.C.) citando Terêncio disse: "Sou humano, e nada que é humano me é estranho". Na Idade Média as freiras enclausuradas em conventos costumavam se privar do banho só para não terem um contato íntimo como próprio corpo. Na década de 1960 houve o grande movimento de exaltação ao amor livre. Nos Estados Unidos e na Inglaterra de hoje, é cada vez maior o número de jovens que fazem questão de preservar a virgindade até o casamento. Um novo movimento batizado de "A-Pride", ou orgulho assexuado está ganhando força e já chegou ao Brasil e a diversas outras partes do mundo. Seus militantes ostentam orgulhosamente sua orientação sexual (ou falta dela) em camisetas e roupas íntimas estampadas com dizeres do tipo "Assexualidade não é apenas para ameba" "Sou assexuado, nasci assim e sou feliz".
Ser feliz é o objetivo maior. Cada um deve buscar a melhor forma de viver com felicidade e dignidade. Muitas pessoas em nenhum momento da vida desejam alguém sexualmente. Seu desinteresse por sexo não é uma questão de opção e nem dificuldade para encontrar um grande amor. Elas simplesmente não sentem desejo sexual e, portanto, não precisam dele para serem felizes.
Nicéas Romeo Zanchett
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