O orgasmo mútuo é o resultado espontâneo do encontro de dois amantes. É uma chama que precisa ser mantida, pois, do contrário o melhor é apagar e partir para outro relacionamento.
Após separar-se da mãe, o ser humano encontrou na união conjugal uma maneira para sentir-se amparado. Muitas vezes essa união é levada de forma robotizada, sem emoção e apenas para manter um casamento falido. O medo da solidão é tanto que as pessoas abrem mão de tudo e vão fazendo inúmeras concessões para manter uma relação estável e fria.
A quantidade de relacionamentos infelizes que continuam sendo sustentados por puro medo ou falta de saída é enorme; são pessoas que vivem em casamentos péssimos e acham que é normal. O dinheiro vira sinônimo de amor e a vida do casal se torna uma grande e confusa mentira.
A maneira de dar, receber, gastar ou acumular dinheiro revela frustrações emocionais que se arrastam da infância por toda a vida.
Existem pessoas que têm muito dinheiro, não conseguem gastar consigo mesmas e saem à procura de alguém que nada lhe dará em troca. Mesmo com toda a sua generosidade, acaba sempre frustrado e sentindo-se indigno de amor.
Comprar a felicidade não é uma forma saudável de se realizar. São situações mal resolvidas que acabam por tornar essas pessoas em sovinas e incapazes de dar afeto para alguém ou para si mesmo.
São muito comuns os casos de mulheres ricas, com baixa auto-estima, envolvidas com homens financeiramente falidos. O dinheiro é usado para esconder um profundo drama afetivo que muitas vezes tem origem na infância e na forma como seus pais lidavam com o vil metal.
O importante é descobrir a tempo que dinheiro não é amor; pode trazer conforto e até algum prazer, mas a verdadeira felicidade se conquista com saúde psíquica e não com uma polpuda conta bancária. Na verdade o dinheiro nunca é capaz de substituir o afeto que necessitamos.
O dinheiro seduz porque alimenta a ilusão de suprir as faltas e as necessidades emocionais, de sentir-se a salvo de contratempos da vida e de ser possível comprar a própria auto-estima. Relacionamento onde o dinheiro define tudo é uma forma de transformar as pessoas em objeto sem valor para provar seu poder sobre elas.
Estamos vivendo num mundo em que a estética material prevalece sobre a da amizade, da solidariedade, do afeto e das emoções espontâneas. Muitos precisam, de todo o dinheiro do mundo para sentirem-se realizados. Isto expõe o verdadeiro sintoma da melancolia que tenta suprir o gigantesco vazio afetivo do ganancioso. É importante observar que essas pessoas assim se transformam em prósperos empresários, mas nunca deixam de ser maníacos-melancólicos que fazem da falta de afeto uma permanente compulsão por dinheiro. É só assim que encontram a segurança para sua fragilidade emocional.
Nicéas Romeo Zanchett
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