Em muitos casos, a infidelidade causa crise conjugal, mas existem situações em que ela representa uma forma de manter o casamento. tanto a fidelidade quanto a infidelidade, por caminhos inversos, operam no sentido de buscar segurança e estabilidade emocional. Muitos casamentos são levados de forma simbiótica pelo medo de ficar sozinho e/ou pela incapacidade de auto-realização. Atrás da infidelidade costumas muitas vezes encontramos o receio de estabelecer um vínculo com o parceiro e ser traído ou abandonado. Dentro dessa perspectiva, a fidelidade e a infidelidade se equiparam em relação às suas potencialidades de gerar sofrimento.
É muito comum que um dos cônjuges mantenha com o outro uma relação maternal ou paternal e nesse caso tolera que seu parceiro se ligue sexualmente a outra pessoa. Com o tempo de casamento as relações sexuais vão cada vez mais se espaçando e acabam por deixar de existir. Diante desse quadro a fidelidade passa a ser um fato de menor importância e a pessoa finge desconhecer as prevaricações do parceiro. Mas, também existem casos em que um dos parceiros não quer mais saber de sexo e não aceita que o outro tenha alguém com quem se satisfazer sexualmente. Isso evidentemente leva à traição ou à separação.
O medo de serem abandonadas faz com que muitas pessoas não consigam ser infiéis. Os casos extraconjugais são a forma encontrada para aliviar esse medo; tendo outros casos a pessoa prova para si mesma que nunca correrá risco de ficar sozinha.
Ao se sentir preterida a pessoa busca uma compensação através de casos extraconjugais secretos. Este tipo de adultério é muito comum entre os homens durante os períodos de gravidez e os primeiros meses em que a mãe dedica toda a atenção ao bebê. Há casos em que o marido chega a sair de casa para morar com outra e depois de passado esse período fica insistindo para voltar.
Uma infidelidade muito comum é aquela que ocorre por vingança. A pessoa sente-se maltratada e faz tudo o que pode para que todos tomem conhecimento de que está traindo.
>>>>Muitas vezes encontramos alguém do nosso passado que foi muito importante em nossa vida, mas os caminhos escolhidos nem sempre nos permitiram preencher certas lacunas. Quando reencontramos essa pessoa sentimos uma força que nos impulsiona a realizar as fantasias que não foram satisfeitas. É uma forma de restaurar uma parte da vida que ficou para trás.<<<
Muitos homens tem necessidade de ver sua mulher tendo relações com outro para excitar-se sexualmente. O simples fato de perceber que outros homens do seu relacionamento social demonstram desejo por sua mulher, muitas vezes provocado por ele mesmo, o deixa excitado; há casos que chegam a ser perversos quando a parceira é induzida a desempenhar papéis para satisfazer as fantasias do parceiro. Não são poucas as vezes que eles obrigam a mulher fazer sexo com outro para satisfazer suas fantasias voyeuristas. Muitos preferem ver sua parceira em relacionamento homossexual, e quando ela não tem tendências bissexuais isto se torna uma tortura.
Muito comum homens casarem-se atraídos pela fortuna de uma mulher. Trata-se de uma acentuada divisão de personalidade que leva a estabelecer simultaneamente outros relacionamentos frequentemente contrastantes. Como a segunda mulher é escolhida por outro sentimento e não pelo dinheiro, acaba apaixonando-se profundamente. Então fica dividido entre a estabilidade financeira e a emocional.
Existem casos cade infidelidade consentida entre irmãs que têm um profundo amor fraternal entre si e não se incomodam em dividir o mesmo homem. Costumam fingir que uma não sabe da outra e assim a infidelidade passa a ser uma forma rotineira de viver a sexualidade. Também existem casos de filhos e filhas que não conseguiram superar a fantasia infantil de relacionar-se com o pai ou a mãe e, depois de casados, se apaixonam perdidamente por alguém muito mais velho que seu parceiro. Geralmente acabam se separando e buscando proteção e carinho na pessoa que a seu ver se assemelha ao pai ou à mãe.
Toda a traição compulsiva serve como afirmação da sexualidade. Podemos destacar alguns tipos mais frequentes. O mais comum é o desejo de novidade sexual como forma de vencer o tédio do casamento. Outra que merece destaque é a traição como afirmação da masculinidade ou feminilidade. São traidores compulsivos que sempre estão em busca de novas conquistas para descartá-la logo em seguida. >>>>>Temos também a traição pela permanente busca de um amor romântico que não existe. São amores idealizados que duram poucos meses, pois não suportam a realidade cotidiana; esta é mais frequente entre as mulheres que geralmente são muito românticas, insatisfeitas e com histórias sofridas que precisam ser compensadas com um novo amor que nunca é realmente encontrado. <<<<<
O verdadeiro amor é uma troca afetiva de duas pessoas que se complementam. Quando falta a capacidade afetiva cria-se as idealizações. Portanto, não é a forma de amor romântico que leva à frustração, mas as idealizações que na prática se mostram impossíveis.
Uma observação interessante é que os filhos de pais infiéis geralmente são infiéis, mas muitas vezes toam verdadeira aversão à infidelidade e buscam outros caminhos; no entanto,esta forma de comportamento não pode ser generalizada. O relacionamento sexual é muito complexo onde cada caso é um caso diferente, pois dependem de outros fatores psicológicos e também orgânicos.
Lidar com as limitações da relação a dois exige que as pessoas sejam fundamentalmente mais sinceras consigo mesmas e com o parceiro para fazer escolhas maduras sobre o que é mais saudável para si e para o outro.
Nicéas Romeo Zanchett
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