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quinta-feira, 30 de setembro de 2021

A FALTA DE DESEJO

 


           A qualidade de vida das pessoas pode ser medida pela atividade sexual. Mas, mesmo assim, são inúmeras as mulheres que tem rotina e vida normal e só conhecem ou experimentam as delícias do amor sexual nas telas de TV e cinema. 

          Teoricamente é impossível não gostar de sexo, pois se trata do maior prazer físico que o ser humano pode experimentar.  Entretanto, algumas pessoas passam a vida toda sem sentir o menor desejo. Muitas, que já tiveram vida sexual ativa, hoje engrossam as fileiras dos "sem sexo". Os obstáculos são muitos, mas a maioria, que tem parceiro fixo e não sente desejo, alega que há falta de prazer durante a relação.

           As pesquisas indicam que os que mais admitem problemas na cama são as mulheres jovens e os homens mais velhos. Elas, geralmente, têm de enfrentar a ansiedade delas próprias e de seus parceiros decorrente da pouca experiência. A tensão pode levar dor na relação sexual. Forma-se então um círculo vicioso. O sexo não prazeroso acaba em inapetência. Já os senhores  entre 50 e 60 anos vivem uma angústia três vezes maior que os rapazes de 18  a 30 anos, resultante de dificuldade de conseguir e manter uma ereção. Com o passar dos anos, e a chegada de doenças típicas da velhice, aliada a hábitos pouco saudáveis, uso indiscriminado de medicamentos, tabaco, bebida alcoólica, má alimentação e vida sedentária, o vigor sexual diminui. A culpa também pode recair no estresse, traumas com experiências sexuais do passado, doenças, ejaculação precoce, orgasmos inatingíveis, ansiedade, etc. Na verdade essas pessoas não rejeitam o ato sexual em si, mas tem problemas e dificuldades de excitação, e daí, aos poucos vão se habituando a uma vida sem sexo e o desejo desaparece. 

Nicéas Romeo Zanchett 

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ORGASMO - PRAZER CULMINANTE

 


            Numa sociedade onde o sexo está associado às grandes realizações e conquistas, a ausência de prazer nos jogos amorosos é para muitos motivo de frustração e vergonha. No entanto, milhares de pessoas sem sabem o que é sentir orgasmo. 

           Os homens chegam ao orgasmo mais facilmente que as mulheres, mas há disfunções como a ejaculação precoce ou excessivamente retardada que são um verdadeiro tormento para o "sexo forte". 

            Embora boa parte das pessoas oculte socialmente seus problemas sexuais, as queixas de insatisfação são muito frequentes nos consultórios médicos. 

             Entre as mulheres também existe disfunções de gozo e se manifesta de várias formas; há mulheres que só atingem o orgasmo ao som de uma música, outras com as pernas fechadas, fora da cama ou com penetração anal. A insatisfação sexual da mulher acaba se refletindo diretamente no seu comportamento. Quando ela atinge o orgasmo e leva uma vida saudável, seu nervosismo e irritação diminuem e auto-estima aumenta.

             Casos de homens com inibição ejaculatória também são raros. Quando a parceira reclama ele fica pulando de uma mulher para outra. Ao encontrar alguém com com quem queira  ficar e ter filhos, aí então o problema surge com mais clareza. Muitos homens com inibição ejaculatória no ato sexual com parceiras, atingem facilmente  o orgasmo ao se masturbarem.

           Quando parceiros estão envolvidos no mesmo processo, quando seus ritmos se equiparam e acontece aquele intercâmbio de sensações corporais, o orgasmo acontece. 

            O orgasmo simultâneo, entretanto,  é mais raro. À medida que o conhecimento de um pelo outro se aprofunda surge uma maior afinidade, destruindo barreiras inclusive sexuais e colocando duas pessoas em comunicação através de uma linguagem comum que os ajuda a encontrar o melhor momento. Muitos homens, coma preocupação de impressionar, de mostrar performance, acham que devem perseguir o ideal do orgasmo simultâneo, o que acaba virando folclore. Na cama, quando sente que vai gozar e a mulher ainda não está preparada, ele começa a pensar em outras coisas como trabalho, futebol, etc para esperar por ela. Este tipo de distorção desvia todo o prazer espontâneo que se poderia ter na relação. 

           O bom sexo é muito importante na vida de um casal. O ser humano já nasce desamparado e o casamento é a forma que nossa cultura inventou para atenuar este desamparo.

            Muitos casamentos frustrados são mantidos pelo medo da solidão. As pessoas abrem mão de tudo e vão fazendo inúmeras concessões para manter uma relação estável e fria. Vivem relações péssimas e procuram justificar a falta de tesão com frases do tipo: "casamento é assim mesmo". É preciso atentar para o fato de que qualquer relação amorosa que seja condicionada e rotineira leva inevitavelmente ao desinteresse sexual e o único motivo que justifica a união de duas pessoas é o amor e a emoção. Por outro lado, dizer simplesmente que a causa é porque mulher tem um ritmo mais lento do que o homem pode ser uma forma de camuflar a verdadeira causa que talvez esteja no distanciamento do casal.

            Alguns homens nem sequer percebem que tem ao seu lado uma mulher e não um objeto que deve ser levado a alguma realização prazerosa. A verdade é que a relação deve começar com preliminares e sem pressa, deixando que a emoção e os carinhos encontre o verdadeiro caminho do pleno prazer Essa mistificação quanto à simultaneidade do ato sexual só não se mostra completamente infundada porque, de imediato, o clímax masculino (e a consequente baixa da ereção), impossibilitam a mulher de alcançar o próprio clímax. As curvas de prazer tanto masculina quanto  feminina, aparentemente desencontradas, se encontram quando os parceiros atingem um nível de entrosamento, identidade e afinidade como pessoas humanas. Isto pode acontecer num dia ou depois de muitos meses ou até anos de convivência. 

        A ocorrência do orgasmo tem tudo a ver com uma reação genital. Começa com uma contração dos órgãos internos (na mulher contração uterina; no homem, tensão na vesícula seminal, próstata e dutos deferentes) que, embora insensíveis  por natureza, transmitem a sensação de que algo vai acontecer. 

            Os estudiosos Master e Johnson estabeleceram quatro fases para o ato sexual: a excitação, o platô, o orgasmo e a resolução (relaxamento). O orgasmo simultâneo ocorre quando os dois parceiros percorrem as fases de excitação e platô em igual tempo, caminhando para a etapa subsequente envolvidas num só nível de prazer. Mas, na maioria das vezes, um acaba tendo orgasmo antes. A simples visão do comportamento estrando em clímax, pode ser muito excitante e sua participação no orgasmo do outro também é um gatilho para se alcançar o próprio orgasmo. Se o homem chegar primeiro ao orgasmo, a mulher pode se concentrar nas pulsações do seu pênis dentro da vagina e também na sensação do esperma sendo liberado. Da mesma maneira, um homem, quando sua parceira já teve orgasmo, pode se concentrar nas contrações espasmódicas dos músculos em volta da vagina comprimindo e relaxando, e com movimentos do seu pênis, neste momento, conseguir maior excitação. 

            As pessoas sem parceiro fixo, tem mais dificuldades de ter prazer a dois. As mulheres precisam de vínculos afetivos para uma maior realização. Já os homens, pela sua própria educação, não precisam de tais vínculos. A maioria atinge o orgasmo sem dificuldades nas relações descompromissadas. 

             No mundo moderno o sexo virou assunto preferido da mídia. Todos querem ter muitos orgasmos e relações de todas as maneiras; quem não consegue se frustra. 

             Os preconceitos e problemas culturais, que transmitem os tabus de geração para geração, identificando o sexo como coisa pervertida, se traduz hoje num grande conflito. Muitas pessoas só se preocupam com a quantidade de relações e não consideram a qualidade do orgasmo. Este é um dos principais fatores determinantes para a falta de prazer. Somos o resultado de uma cultura judaico-cristã, onde o prazer nunca foi permitido. Neste contexto,a grande virtude é o sofrimento. Como sexo é puro prazer, pouquíssimas pessoas o vivem em sua plenitude. 

            O orgasmo solitário pode ser muito prazeroso e ao mesmo tempo uma forma de se autoconhecer. Com  ele a pessoa pode aprender a sentir e controlar seus impulsos sexuais. Mas existem formas atípicas de autoerotismo que podem até levar à morte. Um caso que ficou conhecido é o do deputado inglês Stephem Milligan, que acabou morrendo quando se masturbava e utilizava uma técnica de asfixia para prolongar prolongar o prazer.  Este tipo de prática é mais comum do que se imagina. Há casos de homens que, antes de usar esta técnica, deixaram de reserva até um balão de oxigênio para usá-lo na eventualidade de ultrapassar os limites.

MEU ORGASMO

- Flechas elétricas de carne me transfixam o corpo;
Um arco-iris me fere as pálpebras; 
Uma espuma de música cai sobre meus ouvidos; 
O orgasmo me faz desfalecer de prazer;
.
Um estado de formigamento se difunde por todo o meu corpo;
É uma sensação gostosa que não sei explicar; 
É um estado de tensão e vibração intensa e fatal;
É o orgasmo que chega para apagar as luzes... 


          

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

DEPOIS DO PRIMEIRO FILHO

 


             Com a chegada do primeiro filho o ambiente de casa se transforma. A criança modifica osa papéis do casal que passa a ser pai e mãe. É um momento único, especial,mas as responsabilidades que esses nomes trazem (pai e mãe) nem  sempre são aceitas com tranquilidade. Geralmente o ambiente se transforma para pior. 

               Muitos casais felizes e apaixonados, de repente se vêem diante de um pesadelo. Começam as discussões por coisas insignificantes. O casal perde o desejo sexual e surge um sentimento  de dúvida com relação à família. Muitos se perguntam: "será que era isso mesmo que eu queria? Será que este foi o momento certo para termos um filho em nossas vidas? "Esse estado de coisas é comum, costuma ser passageiro e não afeta só os pais biológicos, pois acontecem também no caso de filhos adotivos. 

            O primeiro filho pode causar um sentimento muito forte na mãe. Muitas vezes insegura e com medo de errar, passa a viver um estado permanente de atenção ao bebê. A mãe que se sente completamente segura costuma estabelecer uma relação em que não consegue se separar do filho por nada.  Sendo mãe, ela sente ter atingido o todo da realização pessoal. Nessa condição, acha que pode prescindir do marido e se volta totalmente para a criança acreditando que ela a completará por inteiro. Cria-se então uma situação delicada para o marido que pode sentir ciúme e sair de cena. Diante desse quadro é natural que ambos sem queiram pensar em sexo.

             A falta de libido da mulher pode estar ligada a fatores orgânicos, decorrentes das alterações hormonais ou psicológicos em consequência da relação quer a mãe estabelece com o filho. Já a  falta de libido no homem tem a ver com questões menos objetivas. A sociedade mvê a maternidade como algo quase divino e o sexo pode passar a ser considerado uma futilidade dispensável. Com esse raciocínio alguns homens não procuram mais a mulher em virtude da aura de santidade que ela adquire com a maternidade. 

              Outra questão que se precisa levar em conta é o fato das mudanças ocorridas no corpo da mulher que ajudam a diminuir a libido do homem. 

            Muitas vezes a chegada do primeiro filho coincide com  momentos de dificuldade que o pai está passando na vida profissional e financeira. Com aflição ele acaba descontando tudo na mãe que naquele momento está muito frágil. 

             A chegada de um bebê é também a chegada de um netinho. O ciume da mãe pode causar desentendimentos com os sogros. Ela imagina que os avós  querem se meter na criação do filho que é só seu e as brigas se intensificam.

             Muitos casais tem filhos sem estarem preparados. Costumam levar uma vida rotineira e repetitiva, onde o intercâmbio entre eles é satisfeito e nunca pensaram em mudanças. Com casais jovens é comum ter um passado ainda não resolvido com os próprios pais, ou seja, excessivamente acomodados e sem condições de funcionar como adultos. Dessa forma a mulher, que por seus próprios motivos não consegue se mostrar carente, não pode evitar sua tendência a funcionar apenas como mãe e amplia significativamente o distanciamento do seu homem. É, portanto, uma fase difícil que precisa ser enfrentada com paciência e compreensão pela casal. 

Nicéas Romeo Zanchett 

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SEXO - PURITANISMO E EXPLORAÇÃO DAS MULHERES.

 



Rainha Victória 
Homossexualismo na Era Vitoriana

            Sempre ouvimos falar do "puritanismo vitoriano" que assolou a Inglaterra e por sua influência o resto do mundo durante o século XIX, deixando algumas heranças que até hoje persistem e precisam ser extirpadas definitivamente. 

               As explicações justificantes são as mais diversas. Dizem que surgiu da moral protestante, dos tabus religiosos, e até de fatores sociais éticos. Mas na verdade o puritanismo foi imposto à sociedade porque era financeiramente interessante para os homens. 

              Hipocritamente, disfarçados de moralistas, os homens tinham o absoluto controle do dinheiro de suas esposas até por volta de 1870. Filósofos da época como Frederick Ehgels e John Stuart Mill escreveram sobre o tema, mas foram solenemente ignorados. 

               Para ficar com o controle do dinheiro de suas esposas, os pseudos puritanos, criaram milhares de prostitutas baratas a seu serviço que se aglomeravam nos bairros pobres da Inglaterra. Muitos ricos senhores acabaram se apaixonando por alguma prostituta e a levaram para ser criada de sua fiel esposa. Foi por essa razão que, por medo de perder o dinheiro, os homens tanto se opuseram às conquistas legais feministas no final do Vitorianismo. na ocasião estava nascendo a profissão médica e os maridos aproveitaram-se da nova ciência para oprimir suas mulheres. Estas passaram a ser consideradas em permanente estado de doença não moral. Foi quando surgiram as expressões com "histeria" e "prostração nervosa", que até hoje são usadas. Com diagnósticos médicos os maridos mantinham suas lucrativas esposas presas em seu leito. A menstruação era considerada uma doença e um expeto médico  da época chamado M. L. Holbrook, não teve escrúpulos ao escrever: "O Todo-poderoso, ao criar a mulher, fez apenas um útero, construindo a mulher ao seu redor". 

              Ultra moralistas dentro de casa, os homens passaram uma vida de intensa luxúria, reservando poucos momentos de sexo para as verdadeiras esposas. É muito natural que as mulheres se sentissem sexualmente carentes. Difícil é acreditar que, trancadas e ameaçadas, tivessem aventuras secretas com outros homens. 

               No final do século XX foi publicado na França o livro da escritora AnneFugier com o título de "La Place des Bonnes" - "o Lugar das Criadas"  que fala de como as mulheres daquela época resolveram suas carências sexuais. O livro sugere que, além de recorrer à masturbação, as mulheres ricas do século XIX teriam formado o maior contingente Homossexual de todos os tempos. Longe dos devassos maridos e incapazes de sequer serem vistas por outros homens, apelaram para o único recurso disponível: as criadas. Naquela época era muito comum a vinda de milhares  de belas jovens mulheres do meio rural para serem empregadas em casas de ricas senhoras. Estas sonhavam em fazer fortunas e conseguir um marido nas grandes cidades. Era muito comum que as prisioneiras esposas dos ricos empresários se apaixonassem perdidamente pelas criadas. Também muitos respeitáveis esposos se apaixonavam pelas belas raparigas interioranas, e aí virava uma grande  confusão. A hipocrisia e a exploração são bem antigas, mas ainda persiste. 

Nicéas Romeo Zanchett 

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PORQUE O HOMEM TRAI - SUAS JUSTIFICATIVAS

 


             Para quem é religioso, não cobiçar a mulher do próximo é o mandamento, masa...

          Embora não existam provas, sabe-se que Adão cometeu adultério com muitas mulheres - que além disso eram suas filhas - e isso é outro "pecado" conhecido como incesto. Mas, quem sabe pensar percebe que ele não outra alternativa. Portanto, o adultério é tão antigo quanto o próprio homo-sapiens.

          Mas, apesar de tanta "traição" o homem está sempre à procura  de uma nova justificativa para sua última "escapada". 

           Se para a mulher o adultério é um drama dentro de outros dramas, para o homem é bem mais simples e facilmente justificável. 

           Seria praticamente impossível alinhar a totalidade das razões pelas quais os homens trocam temporariamente de alcova. Se é verdade que cada cabeça tem uma sentença, também é certo que cada marido tem seu motivo e visão pessoal da própria infidelidade. 

            A busca de uma solução para evitar a monotonia do casamento geralmente se transforma em mais um problema. Mas, em meio à infinita diversidade das motivações que levam ao adultério e das relações que sucedem à sua consumação, é sempre possível descobrir linhas gerais de comportamento e agrupar os indivíduos de acordo com as suas tendências adúlteras. 

           Entre as numerosos classificações da "adulterologia", fiz uma relação das mais aceitáveis, sigamos assim. 

            O religioso Tem sempre a desculpa de que a carne é fraca e a tentação o venceu. O pecado é condição "sine qua non" para o arrependimento - que na verdade nunca chega. Como existe a confissão tudo pode ser perdoado pelo padre. Portanto, não há motivo para abominá-la, pois é dentro de tal invólucro que temos de continuar nossa caminhada por esse vale de lágrimas. Quem não cai não se levanta; e assim todos continuam caindo e se levantando após uma boa confissão. 

          O vítima da natureza humana - Ser adúltero é condição natural da sua própria natureza do homem. Fruto da cultura de massa que ele não pode mudar. Sua filosofia é: não tem como mudar a natureza humana. Sua vida sexual é extremamente ativa  e o mesmo não acontece com a esposa que não liga para sexo. Esse vazio tem de ser preenchido com o adultério. Seu raciocínio preferido é: "ela produz apenas um óvulo por mês e, portanto, está predisposta à monogamia; eu produzo milhões de células germinativas por dia - logo, nasci para a poligamia."

           O discípulo de Ellis - Embora nunca tenha lido uma só página do Dr. Albert Ellis, é seu incondicional discípulo. Ouviu um amigo dizer que o psicoterapeuta norte-americano afirmou certa vez que nada melhor do que um adulteriozinho de vem em quando para aliviar as tensões e reavivar as chamas do casamento. De acordo com essa teoria, cada escapulida deveria ser seguida de uma espécie de nova lua-de-mel com a esposa, mas é importante  que ela nada saiba do ocorrido. Embora ainda não tenha alcançado os resultados pelos quais espera, continua tentando com máximo empenho. 

               O Shakesperiano - Este nunca tem a oportunidade de se arrepender das infidelidades, pois o seu tormento começa no instante  em que pensa em trair a parceira. É o Hamlet dos traidores. Fica o tempo todo repetindo para si mesmo: "trair ou não trair, eis a questão". Versado em filosofia existencialista, acaba por fazer conscientemente a escolha: será adúltero, mas continuará angustiado e arrependido. É o tipo que guarda poemas, ensaios e talvez até diários, onde metodicamente registra, de forma cifrada, suas constantes "puladas de cerca" e suas angustiantes dúvidas que nunca lhe saem da cabela. 

               O revoltado - Ele está convencido de que não tem vocação para o adultério, mas infelizmente cometeu o incorrigível erro de casar com uma mulher religiosa e criada dentro dos mais rígidos princípios de moral. Acho que ela sempre tem razão para recusá-lo e isto torna a vida do casal árida e insípida. Está convencido de que a ama perdidamente e só pratica adultério como uma forma de protesto contra sua submissão aos tabus da esposa. 

              O diplomata - Ele nasceu com a vocação de ser político. Para ele o adultério é uma espécie de jogo democrático onde para obter vantagens está obrigado a fazer concessões; sua forma é elaborada para amaciar o terreno e dessa forma tornar menos deletérios os resultados da crise conjugal quando, certamente, um dia explodirá. Ele sempre procura agradar a esposa com bastante antecedência, como uma forma de campanha bem planejada. Para preparar o caminho ele proporciona toda a diversão possível com fins-de-semana agradáveis, presentes caros, flores e tudo mais que estiver ao seu alcance. E assim, depois da sua escapulida, fica com a consciência tranquila. 

               O imoral tranquilo - Sua característica mais notável  é a própria tranquilidade em trair. Simplesmente não se preocupa com qualquer justificativa para o adultério e também nunca sente nenhum arrependimento depois de ter traído. É o tipo de homem que troca de cama da mesma forma que troca de cueca. Ele faz tudo com a maior tranquilidade. Para não dar nada errado e não perder tempo, deixa o escritório uma hora mais cedo, dá uma passada na casa da amante e chega em casa a tempo de assistir a novela na TV e jantar com a esposa. Muitos, para mostrar sua dedicação até ajudam a esposa lavar e guardar a louça, cuidar da crianças. No dia seguinte tudo volta à rotina com se nada tivesse acontecido. 

              O conquistador triunfante - Este é o tipo mais raro dentro do grande ramo dos impenitentes. Vai para o adultério com quem vai para uma festa com amigos. Na infidelidade, não busca apenas uma satisfação de natureza física, mas a realização da própria personalidade. Por isso, escolhe sempre as mulheres mais difíceis, em autênticos redutos entre os quais fracassaram os esforços dos seus amigos paqueradores. Necessita provar para si mesmo que, apesar de sua aparente ingenuidade, é capaz de conquistar mulheres mais jovens e mais belas do que aquela com quem está casado. Em casa, a menos que seja insensatamente provocado, jamais se trairá. Seu comportamento habitual diante da esposa e filhos é de altiva condescendência, sempre ditada pela sua inata superioridade. 

               O arrependido - Este é um verdadeiro ator, capaz de interpretar tão bem quanto o famoso Vitório Gasman - o grande ator italiano já falecido. É o tipo solitário e pouco numeroso dos adulterinos. Age como se tivesse o propósito de ser pego em flagrante. Isto não sendo possível, carregará consigo todas as provas do crime - cartas, endereços, manchas de batom, chaves estranhas,números de telefone, etc. Isso o ajudará que, mais cedo ou mais tarde, seja descoberto pela esposa. Quando o desastre acontece ele logo confessará ser um pobre miserável, um fraco, um injusto, uma espécie de objeto sexual descontrolado. É capaz de ajoelhar-se  diante da esposa, chorar na presença dos filhos e jurar que nunca mais trairá. No dia seguinte, é claro, partirá para uma nova aventura, sem a qual não conseguirá representar outra vez a sua preferida cena dramática. 

               O lógico - Seu cérebro trabalha na base das distinções. Em questão de adultério, estabelece nítida diferenciação entre infidelidade  sexual e infidelidade humana. A primeira é aquela escapadinha sem importância, que ele dá de vez em quando a fim de arejar as idéias. A segunda seria faltar com o carinho à esposa adorada e descuidar-se dos sacrossantos deveres para com a prole. E isto ele jamais fará. E dessa forma a vida transcorre como ele gosta.

             O amor é o amor que move o mundo. Ele é cantado,debatido, revirado e vivido intensamente, mas a verdade é que ninguém até hoje conseguiu compreender os verdadeiros mecanismos que guiam este sentimento. Devido a essa aura de mistério que o cerca, ele é um dos temas que mais fascinam os homens. Mas, na ânsia pelo esclarecimento do que parece incompreensível  sempre surgem novas teorias. 

              Ao que parece, nos dias de hoje, os homens dão mais valor  à parte física das mulheres e estas ao status social dos homens. Na verdade, a beleza é a característica mais desejada para ambos os sexos; afinal é este o primeiro canal de comunicação entre os casais e a partir daí são estabelecidas as novas etapas de avaliação mútua. É que quando homens e mulheres partem para a conquista, os critérios de seleção de um parceiro ou parceira são praticamente iguais. A verdade é que trair ou não trair é algo que sempre está na cabeça das pessoas compromissadas. 

Nicéas Romeo Zanchett

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terça-feira, 28 de setembro de 2021

MULHER MADURA COM HOMEM JOVEM


         Homens mais velhos sempre se relacionaram com mulheres jovens sem maiores transtornos. Mas, o que hoje estamos vendo são mulheres maduras com homens jovens. Já não é mais novidade encontrar casais formados por mulher acima dos cinquenta anos com jovem na faixa dos trinta. Não se trata de mulheres moderninhas, sem nenhuma vergonha, mas sim de casais que se curtem e formam uma bela dupla de amantes. 

           Falar desse assunto, para muitos pode parecer ridículo, mas é preciso tratá-lo com todo o respeito e seriedade que merece. Ele está aí, nas ruas, nas praias, nos bares, nos clubes, nos teatros e cinema, como também entre quatro paredes.

             Do ponto de vista puramente físico, está caindo por terra o velho tabu de que mulher só sente prazer quando ama ou pensa que ama, independente das qualidades estéticas do parceiro. É claro que todos, homens e mulheres, preferem fazer amor com quem ama. Mas daí a dizer que a mulher não sente atração visual é coisa de quem não presta atenção nos seus olhares e suas conversas com as amigas. Elas são seletivas e detalhistas. Cada uma tem suas próprias preferências: boca, olhos, mãos, peito, bundas,pernas, etc. 

             Por trás disso há muito mais do que liberdade sexual. Ao que tudo indica, muitos homens jovens estão com outra cabeça. Geralmente são mais abertos e espontâneos. Não entram em competição com a parceira e as relações baseadas em trocas e vivências, independente dos sentimentos. Eles parecem estar com maior capacidade de entrega. Estão mais presentes e sem o velho medo de perder ou criar laços indesejáveis. Por estarem menos presos a padrões estereotipados, no relacionamento como um todo, conseguem usufruir o que a mulher madura tem de melhor para oferecer: carinho, companheirismo, presença, senso de humor e experiência erótica. 

           Quando se trata do relacionamento, sério ou não, de um homem mais velhos com uma "gatinha", é facilmente aceito. No entanto, quando alguém encontra um casal formado por uma senhora com um jovem rapaz, leva logo para o lado da brincadeira. Os parceiros transformam-se em alvo de comentários maldosos e chacotas de mau gosto. 

            As mulheres maduras e recentemente separadas, muitas vezes saíram de um relacionamento infeliz e desgastado, e ao sentirem-se livres buscam sua auto-estima sentimental. De imediato o que cada uma quer é companhia. Depois, com o passar do tempo vão ao encontro de algo mais profundo que complemente suas vidas. Nessa busca, o novo relacionamento não é selecionado por faixa etária. 

             Todas as mulheres gostam de um jantar à luz de velas num bom restaurante, receber flores e outros mimos, mas as mulheres maduras dão especial atenção a estes prazeres. A maioria dos jovens acha que isso é caretice chata e perda de tempo. No entanto, os rapazes com cabeça aberta são românticos, mais maduros e sentem o maior prazer em compartilhar esses momentos íntimos com sua parceira.

           Se você está sozinha ou à procura de sua cara-metade, comece prestar atenção aos garotões disponíveis que estão lhe observando. Talvez ali esteja o prazer e a felicidade que procura.   

          Nicéas Romeo Zanchett 

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AMOR EROTISMO E SEDUÇÃO

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     Existe um imenso labirinto que engloba amor, erotismo e sedução. Podemos dizer que é uma fusão de sentimentos na sexualidade, tanto do ponto de vista corporal como mental. É a consciência do corpo que se transforma em objeto erótico quando se deseja agradar alguém. É esse desejo que coloca em alerta a nossa consciência. Visto de forma mais abrangente, pode ser definido como forma de interesse por pessoas. 

          Tanto o amor como o erotismo são sentimentos que se manifestam de forma diferente entre os sexos. Para o homem é um acontecimento no qual predominam o visual estético e genital; para a mulher, ao contrário, possui de forma mais difusa, percorrendo todo seu corpo, sobretudo na pele e no olfato. A partir dai ela se liberta pouco a pouco, tanto no sentido físico como emocional. 

           No amor e no relacionamento a mulher aspira continuidade e estabilidade. É ela que dá a continuidade  do estar juntos no contato. O homem quer, essencialmente, a descontinuidade e diversidade. Ele tem necessidade da novidade, da revelação, da nova conquista. Este fato é o maior gerador de conflitos entre os sexos opostos. 

            A relação verdadeiramente erótica só acontece, em sua plenitude, entre um único homem e uma única mulher, que levam ao extremo tudo que é específico ao seu próprio sexo, procurando sempre agradar ao parceiro.  Isso acontece quando cada um consegue fazer exatamente aquilo que  satisfaz a si e, ao mesmo tempo  agrada ao parceiro. Quando o ato é sublime se torna expansão de si mesmo e também a plena identificação com o outro. 

           É a mulher que consegue sempre oferecer a perfeição a tudo e leva o parceiro pela mão no caminho da descoberta e diversificação. Se estas duas forças se tornam unas, isto é, quando o contínuo se une ao descontínuo, nasce a possibilidade de crescimento, reforçada pela tensão em direção ao outro e à perfeição.

            A sensibilidade e eroticidade feminina é totalmente diferente  da masculina. Geralmente a mulher gosta mais do homem vestido e é capaz de se excitar mais com uma revista de moda do que com um nu frontal masculino. Ela tem uma excitação mais contínua e ardente. Fica atenta, desejando criar uma emoção erótica indelével e realizar a continuidade. Pode ter vários orgasmos e continuar desejando mais. Já o homem é mais impulsivo, a ponto de se maravilhar muito com tudo o que se passa no seu redor. É sobretudo visual e fica o tempo inteiro saboreando com os olhos e com a imaginação o corpo da parceira. Há em sua constituição psicológica um componente anárquico e anti-social, uma inquietude gerada pela necessidade de liberdade sem maios responsabilidade. Seu desejo é gerado por um erotismo diferente, em termos de aspiração e concretização. Depois de satisfeito quer sair e, portanto, não pensa em continuidade. 

            A mulher é mais seletiva na escolha sexual, mas em certos casos isso pode ser uma desvantagem por terminar chegando à desilusão. As feministas afirmam ser uma vantagem numa sociedade machista, mas outras acham ser uma diminuição moral. 

         Nós, seres humano, possuímos basicamente a necessidade  do absoluto que está implícito na palavra amor. Mas, mesmo havendo amor, um relacionamento tende ao desgaste. Isso geralmente acontece pela falta que sentimos do novo, do desconhecido, da conquista. Todos os objetos concretos do amor são limitados e se tornam opressivos e frustrantes com o decorrer do tempo. O amor morre quando se torna restrito, hábito ou dever. Isso vale  para ambos os sexos, pois pensar que a fêmea não chega ao tédio é pura utopia. Embora todos sejam importantes, na verdade acontece uma construção idealizada impossível. Somo seres em constantes mutações e, o que estava bem antes, agora não está mais. Por isto, relações amorosas perfeitas se deterioram, pois o objeto do amor ideal fica sendo algo procurado, mas de forma diferente da anterior. É esta mutação que faz tanta gente se divorciar  e em seguida casar de novo. Em geral essas pessoas procuram começar do início, como se não tivesse experiência anterior. 

            Os psicanalistas costumam dizer que o fenômeno do amor é decorrente da experiência vivida no líquido amniótico. Talvez tenham razão, mas o importante é que os parceiros, mesmo sendo pessoas tão diferentes, continuarão atraindo-se e, ao que tudo indica, sempre será assim. 

             No mundo erótico e amoroso só existem dúvidas, incertezas e grandes expectativas. É isto que torna o amor tão excitante e maravilhoso, pois se não fosse assim, como ficariam as emoções? 

Nicéas Romeo Zanchett 

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segunda-feira, 27 de setembro de 2021

A SEDUÇÃO DE SALOMÉ

 


            No mundo antigo uma só arte era ensinada à moça e cultivada com zelo pelas mulheres. Caminho único para o sonho, única evasão prazenteira permitida a criaturas das quais as leis fazem perpétuas tuteladas a arte do ritmo que engendra a música e a dança. Se as danças sacras tem as suas sacerdotisas, que participavam de todas as grandes festas da Grécia, quão mais fascinante é a linguagem das danças profanas; as danças que serviram a Salomé, sobrinha de Herodes-Antipas, para obter a cabeça de São João Batista. Ela era uma bailarina-criança, menina de nobre estirpe que possuía o segredo dos gestos mágicos, herdados do Egito e do Oriente por vetustas sabedorias. Não é igualmente graças a eles  que Teodora, filha de Beluário, seduz Justiniano a tal ponto que ele a eleva ao trono de Bizâncio? Esses gestos são combinações de atitudes que participam da magia. 

              A música concorre também, mas com apoio à melodia; composto unicamente de hinos, canções e coros, seu concurso é,antes de tudo, vocal e instrumental, mas sem noção de orquestra. 

Nicéas Romeo Zanchett 

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OS DIVERSOS TIPOS E MOTIVAÇÕES PARA A INFIDELIDADE

 


        Em muitos casos, a infidelidade causa crise conjugal, mas existem situações em que ela representa uma forma de manter o casamento. tanto a fidelidade quanto a infidelidade, por caminhos inversos, operam no sentido de buscar segurança e estabilidade emocional. Muitos casamentos são levados de forma simbiótica pelo medo de ficar sozinho e/ou pela incapacidade de auto-realização. Atrás da infidelidade costumas muitas vezes encontramos o receio de estabelecer um vínculo com o parceiro e ser traído ou abandonado. Dentro dessa perspectiva, a fidelidade e a infidelidade se equiparam em relação às suas potencialidades de gerar sofrimento. 

            É muito comum que um dos cônjuges mantenha com o outro uma relação maternal ou paternal e nesse caso tolera que seu parceiro se ligue sexualmente a outra pessoa. Com o tempo de casamento as relações sexuais vão cada vez mais se espaçando e acabam por deixar de existir. Diante desse quadro a fidelidade  passa a ser um fato de menor importância e a pessoa finge desconhecer as prevaricações do parceiro. Mas, também existem casos  em que um dos parceiros não quer mais saber de sexo e não aceita  que o outro tenha alguém com quem se satisfazer sexualmente. Isso evidentemente leva à traição ou à separação. 

            O medo de serem abandonadas faz com que muitas pessoas não consigam ser infiéis. Os casos extraconjugais são a forma encontrada para aliviar esse medo; tendo outros casos a pessoa prova  para si mesma que nunca correrá risco de ficar sozinha. 

             Ao se sentir preterida a pessoa busca uma compensação através de casos extraconjugais secretos. Este tipo de adultério é muito comum entre os homens durante os períodos de gravidez e os primeiros meses em que a mãe dedica toda a atenção ao bebê. Há casos em que o marido chega a sair de casa para morar com outra e depois de passado esse período fica insistindo para voltar. 

            Uma infidelidade muito comum é aquela que ocorre por vingança. A pessoa sente-se maltratada e faz tudo o que pode para que todos tomem conhecimento de que está traindo. 

         >>>>Muitas vezes encontramos alguém do nosso passado que foi muito importante em nossa vida, mas os caminhos escolhidos nem sempre nos permitiram preencher certas lacunas. Quando reencontramos essa pessoa sentimos uma força que nos impulsiona a realizar as fantasias que não foram satisfeitas. É uma forma de restaurar uma parte da vida que ficou  para trás.<<<

             Muitos homens tem necessidade de ver sua mulher tendo relações com outro para excitar-se sexualmente. O simples fato de perceber que outros homens do seu relacionamento social demonstram desejo por sua mulher, muitas vezes provocado por ele mesmo, o deixa excitado; há casos que chegam a ser perversos quando a parceira é induzida a desempenhar papéis para satisfazer as fantasias do parceiro. Não são poucas as vezes que eles obrigam a mulher fazer sexo com outro para satisfazer suas fantasias voyeuristas. Muitos preferem ver sua parceira em relacionamento homossexual, e quando ela não tem tendências bissexuais isto se torna uma tortura.

             Muito comum homens casarem-se atraídos pela fortuna de uma mulher. Trata-se de uma acentuada divisão de personalidade que leva a estabelecer  simultaneamente outros relacionamentos frequentemente contrastantes. Como a segunda mulher é escolhida por outro sentimento e não pelo dinheiro, acaba apaixonando-se profundamente. Então fica dividido entre a estabilidade financeira e a emocional. 

               Existem casos cade infidelidade consentida entre irmãs que têm um profundo amor  fraternal entre si e não se incomodam em dividir o mesmo homem. Costumam fingir que uma não sabe da outra e assim a infidelidade passa a ser uma forma rotineira de  viver a sexualidade. Também existem casos de filhos e filhas que não conseguiram superar a fantasia infantil de relacionar-se com o pai ou a mãe e, depois de casados, se apaixonam perdidamente  por alguém muito mais velho que seu parceiro. Geralmente acabam se separando e buscando proteção e carinho na pessoa que a seu ver se assemelha ao pai ou à mãe. 

              Toda a traição compulsiva serve como afirmação da sexualidade. Podemos destacar alguns tipos mais frequentes. O mais comum é o desejo de novidade sexual como forma de vencer o tédio do casamento. Outra que merece destaque é a traição como afirmação da masculinidade ou feminilidade. São traidores compulsivos que sempre estão em busca de novas conquistas para descartá-la logo em seguida. >>>>>Temos também a traição pela permanente busca de um amor romântico que não existe. São amores idealizados que duram poucos meses, pois não suportam a realidade cotidiana; esta é mais frequente entre as mulheres que geralmente são muito românticas, insatisfeitas e com histórias sofridas que precisam ser compensadas com um novo amor que nunca é realmente encontrado. <<<<<

              O verdadeiro amor é uma troca afetiva de duas pessoas que se complementam. Quando falta a capacidade afetiva cria-se as idealizações. Portanto, não é a forma de amor romântico que leva à frustração, mas as idealizações que na prática se mostram impossíveis.

Uma observação interessante é que os filhos de pais infiéis geralmente são infiéis, mas muitas vezes toam verdadeira aversão à infidelidade e buscam outros caminhos; no entanto,esta forma de comportamento não pode ser generalizada. O relacionamento sexual é muito complexo onde cada caso é um caso diferente, pois dependem de outros fatores psicológicos e também orgânicos.

               Lidar com as limitações da relação a dois exige que as pessoas sejam fundamentalmente mais sinceras consigo mesmas e com o parceiro para fazer escolhas maduras sobre o que é mais saudável para si e para o outro. 

Nicéas Romeo Zanchett 

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O SEXO E AS RELIGIÕES

Adão e Eva

     A importância das religiões na vida das pessoas é indiscutível. A sexualidade é parte da vida cotidiana de todos nós humanos e é um tema abordado de maneira muito diferente entre as diversas religiões. Qualquer que seja a religião, ela exerce forte influência sobre a sexualidade e o comportamento das pessoas  que a seguem. 

          O catolicismo - A sexualidade no catolicismo começa com Adão e Eva. A fábula conta que viviam no Jardim do Édem e podiam desfrutar de todas as maravilhas menos de uma coisa: a maçã da árvore do conhecimento do bem e do mal. Eva se deixou seduzir pela serpente (o diabo disfarçado), comeu a maçã e convenceu Adão a fazer o mesmo. Segundo a Bíblia, Deus condenou todas as mulheres a darem à luz sentindo dor e também a serem sempre dominadas pelos homens. Uma fábula interessante, mas ingênua. 

            Na teologia católica romana, Adão teria violado sua inocência por ter mantido relações sexuais com Eva. Este acontecimento passou a ser conhecido como "pecado original". O sexo se transformou numa vergonhosa luxúria, carregado de culpa. O sexo deveria limitar-se à procriação da espécie e não ser feito apenas por prazer. Este sentimento de culpa perdura até os nossos dias e muitas vezes dificulta que as pessoas tenham uma vida sexual saudável e prazerosa.

             O ano de 1994 foi marcado por um estreitamento ideológico sexual pregando uma castração da liberdade sexual em larga escala. A afirmação de que o sexo era exclusivamente para a reprodução, e com isso a culpa pelo sexo antes do casamento foi muito difundida. Entretanto, visitando a história podemos observar alguns detalhes interessantes. Só no ano 392 de nossa era, o cristianismo foi proclamada religião oficia; entre o ano 965 e 1008 foram batizados os Reis da Dinamarca, Polônia, Hungria, Rússia, Noruega e Suécia. Esses dois fatos levaram ao atual formato do casamento religioso no princípio do ano 1.000. 

           O sexo para uso recreativo teve grande avanço com o surgimento dos preservativos ou qualquer outro método anticoncepcional, mas entraram nesta lista de proibição. Além disso tivemos a condenação da homossexualidade acirrando os preconceitos; também a valorização da virgindade que provocou uma verdadeira cruzada pela himenologia causando frustrações e vergonhas para as jovens que já haviam perdido a virgindade. O catolicismo  não se mostra contra variações sexuais, mas condena veementemente  o sexo anal que desde sempre foi utilizado também como forma para evitar a gravidez. Com essas atitudes houve perseguição a religiosos gays. Não podemos deixar de perceber que esses absurdo aconteceram no recente final do século XX. 

              O judaísmo - Não se manifestam sobre sexo antes do casamento; condena o casamento com adeptos de outras religiões; condena o adultério e a masturbação; as variações sexuais são liberadas; aconselha o uso de métodos anticoncepcionais naturais (as vulneráveis tabelinhas), não aceitando métodos artificiais como a simples camisinha, tão importante para a prevenção de DST. Em relação aos considerados  desvios sexuais, o conselho é procurar o rabino que poderá sugerir uma terapia. 

              O umbandismo - Não há restrições quanto ao sexo antes do casamento; também não há restrições sobre as variações sexuais; são contrários ao adultério de forma radical; não há restrições à prática da masturbação ou métodos anticoncepcionais; em relação as disfunções sexuais recomendam a ajuda médica sob a proteção e assistência dos orixás que guiarão o médico; os médiuns são proibidos de praticar sexo nos dias de ritual

              O maometismo - Proíbe o sexo antes do casamento; valoriza a virgindade masculina e feminina; são radicalmente contra o aborto; são contra todos os métodos contraceptivos; são proibidos o adultério e a masturbação; sexo é vinculado à reprodução; não é permitido o casamento com adeptos de outras religiões; em relação às dificuldades sexuais femininas são consideradas sem importância e a masculina é tratada com ajuda de um profissional. 

                O budismo - O uso de contraceptivos, variações sexuais, tipos de relacionamentos, opções sexuais são totalmente permitidos, desde que não haja prejuízo físico ou emocional para si ou para os outros; em relação ao aborto é dada orientação no sentido de conhecer e valorizar a vida; em relação à disfunções sexuais recomendam tratamento considerando que a meta é ser plenamente feliz. 

                O exoterismo - Não impõe restrições quanto a sexo antes do casamento, a uso de contraceptivos, variações ou opções sexuais, masturbação ou homossexualismo; em relação ao aborto considera um crime contra a vida. 

                 O protestantismo - Permite o uso de anticoncepcionais para facilitar o planejamento familiar; são contrários ao sexo antes do casamento; condenam e consideram grave pecado o adultério, o aborto e o homossexualismo; condena o sexo anal, mas permite variações sexuais; não aceita as disfunções sexuais.
                Para os protestantes pentecostais, prevalece os mesmos posicionamentos. Em relação às variações sexuais só admite o sexo-vaginal; a masturbação não é considerada pecado; em relação às disfunções sexuais aconselha que seja procurado o pastor para uma orientação. 

                O Kardecismo - Permite a liberdade na escolha de métodos contraceptivos; a laqueadura de trompas e a vasectomia são proibidos, salvo em caso de necessidade médica.; são contrários ao aborto; condenam o adultério; em em relação ao sexo antes do casamento, as variações ou opções sexuais, considera que a união entre duas pessoas deve ser feita sem formalidades burocráticas, contratos os ou rituais; aceita o homossexualismo com naturalidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

           O bicho homem é um ser que ao longo da história evolutiva se destacou dos demais pelo rápido desenvolvimento da inteligência. Hoje estamos explorando o universo galáctico, mas não conseguimos parar a explosão demográfica que é a causa maior de todos os problemas da humanidade.  Analisando as diversas orientações religiosas, não fica difícil entender porque o nosso planeta está com superpopulação. Imaginem se cidades São Paulo e Tókio tivessem apenas um terso da população que tem. 

Nicéas Romeo Zanchett 

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A MULHER E SEUS SONHOS

 


               Inicio este assunto comparando alguns sonhos das mulheres com os homens. 

            Existe uma grande diferença entre os sonhos masculinos e femininos. Os homens gostam de sonhar com belas mulheres, carros velozes, competições e situações de perigo onde sempre aparecem como heróis. As mulheres costumam sonhar que se casaram usando magníficos vestidos de noiva, que tiveram um filho, com os filhos que teve ou deseja ter. Elas podem expressar através dos sonhos seus temores e fantasias, muitas vezes inconscientes, sobre certos aspectos das vida feminina, tais como a gravidez, o aborto e sua atitude diante do sexo. Os homens situam a ação de seus sonhos em grandes espaços abertos, enquanto que asa mulheres sempre reproduzem os ambientes que lhes são familiares. Os sonhos são também mais complexos, bem elaborados e cheios de símbolos. Eles desempenham um papel muito importante na vida das mulheres. Os estudiosos explicam que em parte isto acontece pelo fato de que as mulheres estão sempre mais dispostas a examinar seu mundo interior, seus problemas, suas angústias e temores, enquanto os homens, em geral, preferem ignorar as suas dificuldades mais profundas. 

            No mundo moderno, os sonhos femininos vem sofrendo grandes transformações. Hoje as mulheres aparecem mais seguras e mais agressivas. Até bem pouco tempo era raro o sonho feminino que tratasse de problemas profissionais, luta por melhor posição social e conflitos no ambiente de trabalho; raramente atribuem uma profissão aos desconhecidos que aparecem nos seus sonhos, revelando que estes não são assuntos relevantes no seu mundo. Hoje que elas integram em pé de igualdade a força de trabalho, isto acontece com muito mais frequência. 

           As mulheres que continuam mantendo os hábitos de outrora, ou seja, fora do mercado de trabalho, continuam sonhando romanticamente. Sonham com cerimônias de casamentos, chegando a descrever com detalhes o modelo de seu vestido de noiva, a decoração da igreja e outras minúcias. Outro fator interessante  é que estes sonhos românticos vão sendo paulatinamente substituídos por cenas de alcova e nem sempre são precedidos pela tradicional cerimônia nupcial. 

              Os sonhos femininos estão cada vez mais audaciosos. Os castos beijos e as tímidas carícias de antes estão sendo substituídos por cenas bastante cruas e explícitas. O parceiro tanto pode ser o próprio noivo, marido ou namorado, quanto um astro de cinema ou televisão, um cantor, um colega de aula ou trabalho, sem que isto provoque maiores escrúpulos. Elas já estão aceitando com naturalidade o fato de que, tal como os homens, também podem ter fantasias sexuais com outros que não aqueles a quem estão ligadas sentimentalmente. 

             A mulher que ao sonhar sente prazer em circunstâncias que normalmente considerada chocantes, pode significar que sem saber, ela se  obriga a viver uma existência seguindo normas demasiado rígidas, censurando e reprimindo seus impulsos para  manter-se dentro de padrões que seu grupo considera aceitável. os sonhos que costumam envergonhar podem ser uma forma de aviso, um sinal de que é preciso mudar a sua maneira de encarar a vida e o sexo. 

            Podemos dizer que os sonhos femininos são uma mensagem que corretamente interpretada poderá até mudar a atitude da mulher  diante da vida, permitindo que melhore como pessoa.  Normalmente basta um pequeno esforço para que passe a considerar o sexo uma atividade natural que pode alegrar e enriquecer a vida sem que precisemos sentir culpa ou ansiedade. 

           Em determinados períodos os sonhos eróticos da mulher são mais frequentes e intensos. Este fenômeno acontece durante  mo período de ovulação. A conclusão dos cientista que estudam o assunto é que tais sonhos poderiam ser um recurso biológico, uma tática da natureza para garantir a reprodução da espécie. Os sonhos desse período fértil serviriam como estímulo para que a mulher procurasse manter relações sexuais exatamente nos dias em que a gravidez é possível. 

              A menstruação também pode determinar certos sonhos facilmente identificáveis pelos estudiosos. É nesta espécie de sonho que a mulher aceita sua condição feminina. Observou-se que as mulheres que consideram a menstruação apenas como sendo uma consequência da sua feminilidade tem sonhos agradáveis durante este período, e quando os homens aparecem desempenham papeis simpáticos, de amigos ou amantes carinhosos.

            Mesmo a mais feminina das mulheres terá sonhado, ocasionalmente, com outras mulheres e acordada preocupada ou até envergonhada. Estes sonhos podem expressar apenas uma curiosidade normal e seriam mesmo a forma que a mulher encontrou para melhorar sua própria imagem, usando a lógica do inconsciente para expressar a ideia de que ela, como mulher, é digna de receber amor. 

            Os sonhos sobre gravidez costumam ser impressionantes e até assustadores. Geralmente acontecem num período muito delicado da vida psíquica e física da mulher. Embora se costume dizer que não há nada mais belo que uma mulher esperando  um filho, sabemos que na realidade nem sempre esta afirmativa é verdadeira, principalmente nos últimos meses da espera, quando a futura mamãe se sente gorda e sem atrativos. Nesta condição é natural que experimente uma grande insegurança e tenha medo de que seu parceiro procure outra mulher para satisfazer-se sexualmente. Levada pelo próprio sentimento de inferioridade, raras vezes terá coragem de discutir com o parceiro sobre esses temores e usará os sonhos para expressar todo o ciúme e insegurança que está sentindo. 

             Muitas mulheres gravidas sentem medo de que o filho possa nascer com algum defeito físico ou mental e isto se refletirá nos sonhos que terá neste período. Não se trata de nenhuma premonição, mas simplesmente de temor que é extravasado através dos sonhos. É comum também que a gestante sonhe que teve múltiplos bebês, como se fosse uma ninhada de gatinhos. Segundo estudiosos, estes sonhos podem ser benéficos, tanto para a mãe quanto para o bebê que ainda não nasceu. Verificou-se que as mulheres que sonham constantemente com o parto e contavam seus sonhos sem nenhum medo, tiveram maior facilidade na hora do parto. As mães que negavam seus temores e consideraram tudo como um pesadelo horrível tiveram dificuldades e demora no momento do parto. 

            Como podemos observar, os sonhos são reflexos dos sentimentos de cada momento da vida. No caso das separações podemos observar uma brusca mudança nos sentimentos e comportamentos. Sempre que uma ligação é rompida, um dos parceiros sofre intensamente, esmo que o rompimento tenha sido decidido de comum acordo. Além da ideia de fracasso que o fim do casamento traz, há uma sensação de perda, de desamparo, medo do futuro, insegurança. Esses sentimentos são vividos ainda com mais intensidade pelas mulheres, que geralmente ficam coma guarda e responsabilidade sobre os filhos. Eles sentem grande mudança psíquica e medo pela brusca diminuição dos rendimentos  e aumento das responsabilidades. É muito natural que os sonhos expressem esta situação difícil. 

           Quando a mulher sonha que está sendo perseguida por um estranho, ou por um animal feroz, estrá expressando um conflito  entre a pessoa que pretende ser e os instintos primitivos que ela procura reprimir quando acordada. 

             As mudanças que ao longo do tempo ocorrem nos sonhos  das mulheres só foram possíveis porque o inconsciente feminino é capaz de captar as transformações culturais, emocionais e fisiológicas bem mais depressa que o consciente. Quando desperta, a mulher sem sempre consegue aceitar as coisas que faz com tanta desenvoltura nos sonhos, mas o simples farto de poder pensar nelas e poder realizá-las, ainda que apenas em sonho, já é um grande alento. 

             A maioria dos sonhos são avisos, muitas vezes urgentes e desagradáveis, que o nosso inconsciente nos envia durante o sono.  Saber compreendê-los, estar atentas ao que sugerem poderá ser a fórmula para encontrar o equilíbrio interior que tanto necessitamos para sermos felizes. 

Nicéas Romeo Zanchett 

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domingo, 26 de setembro de 2021

A IMPORTÂNCIA DO DIÁLOGO NO CASAMENTO

 


            A comunicação é um fator fundamental na vida de um casal. Normalmente as pessoas compreendem de forma diferente os valores básicos como  amor, fidelidade e compromisso.

        A interpretação errônea das intenções do parceiro é fonte comum de fracassos na comunicação sexual. Conseguir enviar mensagens claras e consistentes, e assumir a responsabilidade pela sua metade, no que diz respeito à comunicação sexual, são duas importantes etapas em direção ao aperfeiçoamento de qualquer relacionamento. As mensagens mal expressadas e mal recebidas sempre levam ao desentendimento. Se há erros de interpretações desde o início de um relacionamento e se não houver uma comunicação direta para acabar com tais erros, mesmo amais bem intencionada tentativa de entendimento estará fadada ao fracasso. Os erros de interpretação aliados a significados diferentes, que normalmente já existem num relacionamento, podem se reforçar  para produzir situações de conflitos. 

           Os comportamentos sexuais são particularmente passíveis  de falsas interpretações. O que para uma pessoa não passa de um flerte inconsequente e despido de significado pode ser interpretado como um ato de sedução por outra. 

         Aprendemos o significado das palavras por meio de nossa educação e de nossas experiências de vida. Quando duas pessoas têm experiências de educação diferentes, que normalmente é o que ocorre, existe a possibilidade de haver confusão na interpretação. O que uma mulher acredita ser um comportamento feminino pode ser visto pelo parceiro como uma atitude de dependência, fraca e sufocante. 

           A mulher, pela própria natureza, tem um lado romântico muito mais acentuado do que o homem. Isso pode levá-la a imaginar que se seu parceiro realmente a amasse trar-lhe-ia flores de vez em quando e mostrar-se-ia mais apaixonado na frente de outras pessoas; ele, no entanto, acredita que se deve demonstrar amor garantindo-lhe uma boa casa e segurança financeira. Como consequência dessas diferenças básicas eles nunca discutem o significado que a palavra amor tem para ambos, e em nome do amor se atacam e se defendem constantemente. As palavras amor, compromisso e fidelidade aparecem frequentemente em suas conversas, mas nunca discutem o que cada um desses conceitos quer de fato dizer para seu companheiro. 

            Os comportamentos sexuais são particularmente passíveis de falsas interpretações. Um dos obstáculos que pode surgir num diálogo mal interpretado é quando um dos parceiros demonstras querer alguma coisa considerada impossível ou não aceita pelo outro. Ou seja, um pode formular um desejo de tal maneira que sua realização se torne virtualmente impossível para o outro. É possível corrigir falta de sintonia procurando uma nova combinação de mensagens verbais e não-verbais que sejam mais condizentes com os seus sentimentos. Se um tal desejo for expresso honesta e gentilmente, frequentemente pode ser realizado através de experiências e tentativas de ambas as parte. Se, no entanto, ele se tornar uma exigência unilateral, será simplesmente mais um fator de desavença. 

            Uma boa parte das dificuldades na comunicação entre casais ocorre quando existe desconfiança no relacionamento. Quanto  maior for a desconfiança tanto mais provável que as pessoas deixem  de se comunicar diretamente, passando a interpretar ou tentar adivinhar o que se passa dentro do outro. Agindo com base  em adivinhações, duas pessoas não sé darão muitas oportunidades  para reduzir a desconfiança existente entre ambas. 

Nicéas Romeo Zanchett

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PRESERVANDO A VIRGINDADE

 


      Hoje sempre ouvimos falar que os jovens estão iniciando a vida sexual prematuramente, mas para muitos não fazer sexo é uma opção. 

          Depois das pioneiras pesquisas de Bill Masters com pênis de plástico e dos remédios milagrosos que resolvem a impotência masculina, a ciência passou a olhar a sério para as práticas sexuais do Ocidente. A fisiologia feminina foi mapeada e cada vez mais se fala abertamente sobre sexo. 

            A pesquisa de Masters era basicamente sobre modos de medir a performance física. Ele transformou o orgasmo num direito também das mulheres. Mas na sociedade atual o orgasmo está deixando de ser um direito para se transformar  em dever. Com as milagrosas pílulas das relações sexuais, mesmo de forma mecânica, o sexo se transformou numa obrigação até para aqueles que não sentem desejo; e não sentir desejo também é um direito ou uma opção de cada pessoa. É intensa a propaganda e reportagens que tentam convencer a todos de que a mulher que não goza é menos mulher e que o homem que não tem múltiplos orgasmos é um incapaz. 

             Há casos em que a inapetência sexual se explica por problemas físicos ou psicológicos. No entanto, existem aquelas pessoas que não apresentam nenhum distúrbio catalogado pelos médicos  e mesmo assim não sentem desejo sexual. Uma hipótese para explicar esse tipo de comportamento assexuado é que a chave ativadora do centro cerebral da libido  não chega a ser ligada. Talvez seja um problema genérico, mas não existe nenhum estudo conclusivo a respeito dessa hipótese. 

         Ao longo da história humana, o modo como a sexualidade foi tratada variou muito. Já na época áurea de Roma o seu estadista Cícero (106 - 43 a.C.) citando Terêncio disse: "Sou humano, e nada que é humano me é estranho". Na Idade Média as freiras enclausuradas em conventos costumavam se privar do banho só para não terem um contato íntimo como próprio corpo.  Na década de 1960 houve o grande movimento de exaltação ao amor livre. Nos Estados Unidos e na Inglaterra de hoje, é cada vez maior o número de jovens que fazem questão de preservar a virgindade até o casamento. Um novo movimento batizado de "A-Pride", ou orgulho assexuado está ganhando força e já chegou ao Brasil e a diversas outras partes do mundo. Seus militantes ostentam orgulhosamente sua orientação sexual (ou falta dela) em camisetas e roupas íntimas estampadas com dizeres do tipo "Assexualidade não é apenas para ameba" "Sou assexuado, nasci assim e sou feliz". 

           Ser feliz é o objetivo maior. Cada um deve buscar a melhor forma de viver com felicidade e dignidade. Muitas pessoas em nenhum momento da vida desejam alguém sexualmente. Seu desinteresse por sexo não é uma questão de opção e nem dificuldade para encontrar um grande amor. Elas simplesmente não sentem desejo sexual e, portanto, não precisam dele para serem felizes.

Nicéas Romeo Zanchett 

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AMOR, DINHEIRO E SOLIDÃO


      O único motivo que justifica a união de duas pessoas é o amor e a emoção. Para manter essa união é necessário, antes de tudo, muita sinceridade, cumplicidade e compreensão. É preciso viver o dia-a-dia com muito interesse de se conhecer melhor e expandir as inúmeras possibilidades do corpo e da convivência. 
            Qualquer relação amorosa que seja condicionada e rotineira leva, inevitavelmente, ao desinteresse sexual.

         O orgasmo mútuo é o resultado espontâneo do encontro de dois amantes. É uma chama que precisa ser mantida, pois, do contrário o melhor é apagar e partir para outro relacionamento.  

          Após separar-se da mãe, o ser humano encontrou na união conjugal uma maneira para sentir-se amparado. Muitas vezes essa união é levada de forma robotizada, sem emoção e apenas para manter um casamento falido. O medo da solidão é tanto que as pessoas abrem mão de tudo e vão fazendo inúmeras concessões para manter uma relação estável e fria. 

            A quantidade de relacionamentos infelizes que continuam  sendo sustentados por puro medo ou falta de saída é enorme; são pessoas que vivem em casamentos péssimos e acham que é normal. O dinheiro vira sinônimo de amor e a vida do casal se torna uma grande e confusa mentira. 

             A maneira de dar, receber, gastar ou acumular dinheiro revela frustrações emocionais que se arrastam da infância por toda a vida.

           Existem pessoas que têm muito dinheiro, não conseguem gastar consigo mesmas e saem à procura  de alguém que nada lhe dará em troca. Mesmo com toda a sua generosidade, acaba sempre frustrado  e sentindo-se indigno de amor. 

           Comprar a felicidade não é uma forma saudável de se realizar. São situações mal resolvidas que acabam por tornar essas pessoas em sovinas e incapazes de dar afeto para alguém ou para si mesmo. 

            São muito comuns os casos de mulheres ricas, com baixa auto-estima, envolvidas com homens financeiramente falidos. O dinheiro é usado para esconder um profundo drama afetivo que muitas vezes tem origem na infância e na forma como seus pais lidavam com o vil metal.

          O importante é descobrir a tempo que dinheiro não é amor; pode trazer conforto e até algum prazer, mas a verdadeira felicidade  se conquista com saúde psíquica e não com uma polpuda conta bancária. Na verdade o dinheiro nunca é capaz de substituir  o afeto que necessitamos.

           O dinheiro seduz porque alimenta a ilusão de suprir as faltas e as necessidades emocionais, de sentir-se a salvo de contratempos da vida e de ser possível comprar a própria auto-estima. Relacionamento onde o dinheiro define tudo é uma forma de transformar as pessoas em objeto sem valor para provar seu poder sobre elas. 

            Estamos vivendo num mundo em que a estética material  prevalece sobre a da amizade, da solidariedade, do afeto e das emoções espontâneas. Muitos precisam, de todo o dinheiro do mundo para sentirem-se realizados. Isto expõe o verdadeiro sintoma da melancolia que tenta suprir o gigantesco vazio afetivo do ganancioso. É importante observar que essas pessoas assim se transformam em prósperos empresários, mas nunca deixam de ser maníacos-melancólicos que fazem da falta de afeto uma permanente compulsão por dinheiro. É só assim que encontram a segurança para sua fragilidade emocional.

Nicéas Romeo Zanchett 

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quinta-feira, 16 de setembro de 2021

A HORA DA SEPARAÇÃO

       .


               O casamento acaba quando o casal não mais encontra possibilidades de integração, união e prazer que a vida a dois pode proporcionar. 

         Duas pessoas que se unem maritalmente estão cheias de planos e até ilusões. Mesmo apaixonados vivem conflitos de vários sentimentos, entre eles o amor. Quando as expectativas não se realizam tudo vira uma grande confusão entre o que consideram atenção, cuidados ou controle. Se a época do namoro não foi de muita paz e compreensão, os dois imaginam que após o casamento poderão mudar o parceiro e adaptá-lo às suas vontades. Esse é o erro inicial de uma relação.

           Um casamento tem três componentes: os funcionais, os psicológicos e os emocionais. Quando um casal está junto a muito tempo, mas não há  paixão, os  únicos laços que se mantém são os funcionais que podem ser facilmente desfeitos na hora da separação. São laços que mantém os dois juntos apenas para dividir tarefas. No casamento baseado em laços psicológicos, apenas um dos parceiros acredita que está ao lado da pessoa certa, enquanto o outro se sente insatisfeito. Na hora da separação um irá sofrer muito e o outro irá sentir-se aliviado. Já os casamentos com laços emocionais são muito mais fáceis de serem desfeitos e o sofrimento é profundo para ambos. 

           A maioria das separações não acontece repentinamente. Aos poucos o casal vai se afastando e chega o dia em que um dos dois se pergunta: "por que continuo aturando ele ou ela? Estou sendo injusto comigo mesmo. Este é o primeiro passo silencioso de um processo que fatalmente levará ao dia que decidirá por fim à relação. 

            Os casamentos que acabam em separação tem muitas coisas em comum, mas a principal é a falta de diálogo, geralmente da parte do homem. Este, com seus inúmeros compromissos profissionais vai se envolvendo demais com o trabalho e ai o estresse provoca a diminuição do desejo sexual. Apesar das constantes da companheira, passa mais tempo no trabalho e com amigos do que com a família. Está aberta a possibilidade da companheira ter um caso amoroso, que na maioria das vezes dura poucos encontros, mas é suficiente para aumentar o desgaste.  Com o eventual amante, a mulher encontra tudo o que o marido está negando-lhe e aí surge um novo dilema: "Como é possível ter uma vida dupla?" Para o homem é mais fácil, mas para a mulher é um drama, porque ela não busca apenas sexo, mas carinho, amor  e atenção. A maioria dos casais rompe a confiança mútua quando vem à tona o episódio da infidelidade. 

          Como já afirmei, é a falta de diálogo e atenção que dá o início ao desinteresse que fatalmente levará à separação. A maioria das mulheres acha que seus parceiros não dão a merecida importância aos sentimentos e reagem de maneira nada compreensiva às suas queixas ou reclamações. Ela se atormenta com a reação do companheiro que simplesmente não quert ouvir o que ela tem a dizer, preferindo ignorar qualquer reclamação. Por sua vez o homem justifica sua falta de atenção dizendo que ela não tem razão de reclamar porque ele lhe dá tudo o que precisa. A falta de diálogo se torna permanente frustração que prejudica a auto-estima da companheira. 

         Os homens que vivem relacionamentos falidos costumam dizer que suas companheiras estão sempre à beira  de um ataque  de nervos; que vivem repetindo as mesmas coisas; que enxergam  tudo de acordo com seus interesses. Ele, ao contrário, nunca tem problemas; não fala de suas dúvidas e raramente levanta uma questão polêmica. Viver com um homem tão resistente ao diálogo é muito difícil para uma mulher que gosta de falar dos seus sentimentos. O aparente exagero pode ser uma forma de buscar a solução de problemas que melhorarão o relacionamento do casal. Quando o marido não houve, a mulher começa a falar baixo, vai se irritando pouco-a-pouco e acaba gritando. Essa forma de reação possibilita ao home ganhar a discussão dizendo-se atacado. 

          Os maridos desenvolveram naturalmente várias maneiras para evitar discutir a relação que está desgastada. a/ O silêncio - Ele fica totalmente silencioso e não diz nada. Diante dessa situação, para ser ouvida, a mulher começa a berrar ou também se tranca em seus próprios pensamentos e assim o problema jamais será resolvido; b/ O ataque - O homem ataca a mulher quando esta tenta dizer-lhe que está magoada. Para silenciá-la ele a qualifica de idiota por falar  em mágoas ; é uma egressão irracional e ao mesmo tempo uma auto-defesa de quem se sente culpado; é a velha técnica de atacar para se defender.  c/ Mudando de assunto - Mesmo que a companheira esteja se descabelando para ser ouvida, ele muda de assunto; se ela insiste ele simplesmente nega que o problema existe e ignora o que a mulher está falando. d/ Acusando de implicância - Quando ela insiste em discutir os problemas conjugais ele vai logo dizendo que trata-se de implicância. Com essa atitude ele demonstra não valorizar o relacionamento de forma suficiente para preocupar-se com o que estrá martelando na cabeça da companheira. Obviamente essa afirmação tem o poder de irritar, principalmente porque é mais uma demonstração de que ele não está interessado em ouvir o que ela tem a dizer. e/ Acusá-la de estar equivocada - Muitos homens preferem fugir da discussão dizendo que seu desabafo é apenas fruto de sentimentos equivocados, afirmando que logo tudo passará. Ao afirmar que são opiniões "bobocas" o homem demonstra uma reação emocionalmente violenta. A discussão vai se avolumando e chega ao ponto do homem chamá-la de débil mental, maluca, etc. Ela então fica mais irritada e acaba gritando e aí o homem diz  que não está entendendo porque tanta gritaria. 

             Essa permanente recusa ao diálogo tem como consequência  uma inversão de valores que sai do amor para o ódio. Todas essas atitudes vão criando uma indiferença silenciosa que pouco a pouco cortam definitivamente a comunicação entre o casal. 

            Para a mulher resta três opções: 1/ resignar-se à situação e deixar as coisas andarem a seu modo; 2/ lutar permanentemente para salvar o casamento; 3/ abandonar o casamento e procurar um novo caminho. 

         Ao que parece, os homens continuam vivendo num tempo em que as mulheres eram obrigadas a suportá-los porque dependiam deles para se sustentar. Hoje, embora a maioria das mulheres continua ganhando menos que os homens, elas tem muito mais possibilidades de abandonar a casa levando consigo os filhos. Este novo fato lhe dá mais poder de barganha e escolha do seu próprio futuro. Por sua vez, os homens estão sentindo menos poder e tem dificuldade em aceitar a nova realidade. 

            É muito difícil para a mulher entender a incapacidade que o homem tem de ouvir. Elas compartilham suas dores  com as amigas e isto não acontece com o homem que ela ama. Muitas desistem e se fecham num mundo particular, onde o choro é a forma de extravasar seus sentimentos não compreendidos. Obviamente as mulheres não querem ser obrigadas a optar entre o conforto, a resignação ou a separação. O que elas desejam é uma relação respeitosa de diálogo e com igualdade emocional. Em outras palavras, o que elas querem é um ombro amigo e um ouvido disposto a escutá-las. 

             Por sua natureza, a mulher é mais sensível do que o homem e muitas vezes as coisas quer a magoam passam despercebidas pelo companheiro. Daí a importância de parar e ouvir suas queixas e desabafos. As mágoas não esclarecidas e os mal-entendidos vão se avolumando a ponto de chegar a um rompimento. A separação com mágoa é acompanhada de ressentimentos que se prolongam no tempo e continuarão causando problemas na vida dos dois. Portanto, dialoguem sempre. 

Nicéas Romeo Zanchett 

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